Ouvindo...

Em 2023, mais de 140 mil cartões do Brasil foram vendidos na dark web

País é líder na América do Sul e ocupa a quinta posição no índice mundial

Dados de cartões de pagamento brasileiros são vendidos na dark web

Em primeiro lugar entre os países da América do Sul que mais sofrem roubos e fraudes de cartões, o Brasil teve, apenas em 2023, cerca de 144 mil cartões de pagamentos roubados e vendidos na dark web. Os dados são de um levantamento da NordVPN, que avaliou oito mercados e aponta que o preço médio de venda é R$ 42,25.

Leia também:

O estudo analisou, em parceria com pesquisadores independentes especializados em incidentes de segurança cibernética, 6 milhões de itens à venda e aponta que dois em cada três cartões (66,7%) vêm com informações privadas das vítimas. Isso inclui endereço, número de telefone, e-mail ou até número do Seguro Social. No Brasil, mais de 48 mil unidades analisadas continham o telefone das vítimas.

Atualmente, 92 mil cartões de pagamentos brasileiros ainda estão à venda ilegalmente nesses espaços. A companhia destaca que o estudo não determinou o número exato nem analisou a totalidade dos detalhes de cartões de pagamento vendidos na dark web. A estimativa é que a venda total dos bancos de dados encontrados renda mais de US$ 18,5 milhões para os cibercriminosos.

Adrianus Warmenhoven, consultor de segurança cibernética da empresa, avalia que as informações pessoais vendidas com esses cartões tornam toda a situação “muito mais perigosa”. “No passado, as fraudes com cartões de pagamento usavam força bruta. Hoje, eles são roubados usando phishing e malware e podem culminar no roubo de identidade da vítima.”

EUA é líder global

Em termos globais, os EUA são os líderes na quantidade de cartões roubados: mais da metade (cerca de 3,5 milhões) das 6 milhões de unidades analisadas pela NordVPN vem do país. Em seguida, estão Índia, Reino Unido e México. O Brasil é o quinto colocado.

Os cartões mais valorizados na dark web são os da Dinamarca (que ocupa a 19ª colocação no ranking): seu preço médio é de R$ 57,56. Já as unidades americanas são vendidas, em média, por R$ 28,78.

Como se proteger

Para se proteger, é importante reforçar a segurança da informação em seus dispositivos. É importante, por exemplo, usar senhas longas e compostas por letras, números e símbolos. Lembre-se, ainda, de atualizar a combinação periodicamente e de não usar o mesmo código em várias contas diferentes.

Além disso, vale acompanhar transações bancárias constantemente — de preferência em tempo real, a partir de notificações enviadas pelo app do banco. Outra medida útil é o uso de software anti-malware nos dispositivos para que arquivos maliciosos e vírus sejam detectados rapidamente.