Ouvindo...

Neuralink, de Musk, já pode testar implantes cerebrais em humanos

Pedido semelhante realizado em 2022 havia sido rejeitado por órgão regulador

Neuralink diz que recrutamento de pacientes ainda não está aberto, mas deve ter mais informações em breve

“Parabéns à equipe da Neuralink!” Assim, Elon Musk informou no Twitter que sua empresa de implantes cerebrais, a Neuralink, recebeu aprovação da Administração de Alimentos e Medicamentos (Food and Drug Administration – FDA), o equivalente à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) aqui no Brasil, para lançar seu primeiro estudo clínico em humanos.

Leia também:

A empresa já havia tido um pedido de autorização rejeitado em 2022. Musk havia previsto a aprovação pela primeira vez em 2019 — com início dos testes em 2020. Apesar disso, o primeiro pedido só veio em 2022, quando foi rejeitado. Tanto o empresário quanto a companhia muitas vezes superestimaram a velocidade de execução de seus próprios planos.

Musk diz que o objetivo dos implantes é, por exemplo, restaurar os movimentos de pacientes paralisados e a visão em indivíduos que a perderam. Os chips, que já foram testados em macacos, interpretam sinais cerebrais e enviam informações a dispositivos por bluetooth.

Por enquanto, não há um cronograma para o início dos testes. Segundo a empresa, esse é o primeiro passo para que, um dia, sua tecnologia possa ajudar muitos pacientes. “O recrutamento para os testes clínicos ainda não está aberto. Anunciaremos mais informações em breve!”

Em dezembro de 2022, a companhia foi alvo de denúncias relacionadas a maus tratos a animais, bem como transporte e armazenamento inadequado de material biológico. A Neuralink nega as acusações e informa que prioriza “segurança, acessibilidade e confiabilidade” em seus processos.

Para especialistas, é preciso se preocupar com a ética de testes de chips em cérebros humanos. Segundo eles, são necessárias muitas experimentações e a superação de inúmeros desafios técnicos.

Enquanto a Neuralink busca fazer testes em grande escala, pesquisadores suíços atuam há algum tempo de forma mais tímida no segmento de implantes cerebrais. Um paciente paralisado que recebeu um dispositivo em 2021 já consegue andar a partir do envio de comandos sem fio a suas pernas e pés.