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Currículo com apoio de inteligência artificial aumenta chance de contratação

Estudo americano aponta que quem utilizou o recurso teve 8% mais chances de ser contratado

Inteligência artificial tem sido usada de diferentes formas

Um estudo do Escritório Nacional de Pesquisas Econômicas (National Bureau of Economic Research) dos EUA aponta que currículos e cartas de apresentação elaborados com o auxílio de algoritmos (para sugestões a respeito de ortografia, gramática e uso de palavras) aumentam as chances de conseguir emprego. O levantamento, que incluiu 500 mil candidatos, mostra que quem utilizou o recurso teve 8% mais chance de ser contratado.

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Emma van Inwegen, uma das autoras da pesquisa, diz que o critério de decisão entre duas pessoas com as mesmas qualificações pode ser a qualidade da escrita. Segundo ela, apresentar o histórico profissional de forma mais elaborada pode atrair os empregadores.

Os pesquisadores não estudaram o ChatGPT especificamente, mas, desde que foi lançado, em novembro, o recurso tem sido explorado por muitos para tarefas variadas — como a assistência na criação de currículos e cartas de apresentação. Se ferramentas com essa se multiplicarem e milhões de candidatos passarem a usá-las, por outro lado, vai ser difícil se destacar.

Isso porque o empregador não vai poder usar a qualidade da escrita como critério para avaliar os interessados na vaga. Segundo Emma, a inteligência artificial pode nivelar os candidatos, mesmo que eles tenham diferentes níveis de habilidade na escrita. “Todos os currículos vão passar por algum tipo de verificação algorítmica”, diz. “Então, a tendência é que a escrita em cartas de apresentação e currículos seja homogenizada — para o bem ou para o mal.”

Editores de texto devem receber recursos de inteligência artificial em breve. A Microsoft, por exemplo, já tem parceria com a OpenAI, criadora do ChatGPT, para inserir a solução da empresa em seus aplicativos e no buscador Bing. O Google, por sua vez, deve lançar seu robô conversador Bard em breve.

Quando a maioria dos candidatos passar a usar inteligência artificial na composição de currículos e cartas de apresentação, quem desenvolver textos mais criativos pode chamar mais atenção. Os recrutadores terão de entender as características de um texto com esse recurso para distinguir a escrita humana.