Autores de centenas de livros vendidos na Amazon usaram ChatGPT

“The Wise Little Squirrel: A Tale of Saving and Investing”, de Brett Schickler, está à venda na Amazon por US$ 2,99 e US$ 9,99 as cópias digital e física, respectivamente. Segundo Schickler, o livro lançado em janeiro, foi criado “em algumas horas” com a ajuda do ChatGPT. “Posso ver pessoas fazendo uma carreira inteira com isso”, diz ele.

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Na loja de ebooks da Amazon, o ChatGPT aparece como autor ou coautor de pelo menos 200 publicações. O número real, porém, certamente é maior, uma vez que as políticas atuais da empresa não obrigam os autores a divulgarem que usam inteligência artificial para escrever.

Para Mary Rasenberger, diretora-executiva do Authors Guild (a maior e mais antiga organização profissional de escritores dos EUA), isso pode afetar muitos autores. “É preciso haver transparência dos autores e das plataformas”, avalia.

Aspectos como desinformação e plágio devem ser discutidos, já que os robôs com inteligência artificial apresentam informações falsas com frequência — basta lembrar que eles são treinados com conteúdo criado por humanos.

O portal CNET, por exemplo, tentou usar inteligência artificial para produzir conteúdo e obteve material com erros e frases quase idênticas às usadas em outros sites. Isso levou o site a ter de fazer correções e interromper o uso da ferramenta.

Outra afetada foi a “Clarkesworld Magazine“: a revista americana teve de parar de receber contos para publicação depois que inúmeros títulos pareciam ter sido criados por inteligência artificial. Só neste mês, mais de 500 usuários foram excluídos.

Neil Clarke, editor da “Clarkesworld Magazine” conta que as histórias apresentavam “padrões muito óbvios”. “Como a tecnologia só vai melhorar, a detecção vai se tornar mais desafiadora.”