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WhatsApp ajudou a acabar com invasão em Brasília

Ministro da Justiça e presidente acertaram detalhes pelo mensageiro

Mensageiro deu agilidade à comunicação

Uma ferramenta que chegou ao Brasil em 2009 e está nas mãos de 99% dos brasileiros com acesso a um smartphone foi essencial nos momentos críticos que sucederam a invasão dos prédios dos Três Poderes em Brasília. Flávio Dino, ministro da Justiça, diz que tanto a comunicação quanto a decretação da intervenção federal na área de segurança do Distrito Federal (DF) foram articulados pelo WhatsApp.

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Dino avalia que o golpe de Estado só foi evitado porque houve “rápida decisão de decretar intervenção federal”. “Havia WhatsApp. Em 1964 não havia. Nós fizemos uma intervenção federal por WhatsApp, mas era o que tinha no momento. Ou era assim ou não era”, pondera.

O ministro pontua que, embora tenha havido um golpe de Estado fático, já que “eles tomaram conta simultaneamente das sedes dos Três Poderes”, ele não se consumou juridicamente. “Em face de alguns elementos, o golpe não se viabilizou.”

Ele conta que enviou o documento relativo à intervenção ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por WhatsApp. “Ele me perguntou: ‘Flávio, como eu assino?’. Eu disse: ‘Presidente, assine e me mande a foto, porque decreto no meio de uma emergência dessa vale’”, lembra. “Não tinha nem lugar para numerar o decreto. Vai assinar eletronicamente como?”

Depois que recebeu o decreto assinado, Dino o entregou ao responsável. “Eu entreguei o decreto na mão do hoje interventor [Ricardo Cappelli] e disse para ele descer e assumir o comando”, explica.

A pesquisa Digital 2022 constatou que há 165 milhões de usuários ativos no WhatsApp no Brasil. Em 2021, eram 137 milhões: de um ano para o outro, o aplicativo conquistou mais de 28 milhões de usuários ativos no país. O WhatsApp é a mídia social mais utilizada por aqui: mais de 84% dos brasileiros usam a plataforma todos os dias para se comunicar com amigos e familiares e 76% para falar com marcas.