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O que é o serviço ‘X’, que Elon Musk chama de ‘app de tudo’

Para empresário, compra do Twitter pode acelerar criação da nova plataforma

App X reuniria diferentes serviços em um mesmo lugar

A aproximação do encontro judicial com o Twitter no Tribunal de Chancelaria de Delaware, marcado para 17 de outubro, fez Elon Musk mudar de opinião sobre a desistência de comprar a plataforma: agora, ele decidiu seguir com a oferta inicial de US$ 44 bilhões. O empresário, inclusive, já passa a ver a rede social como um acelerador na criação do superapp X. Para Musk, a compra do Twitter provavelmente acelera a X entre 3 e 5 anos.

Analistas apontam quem o serviço seria semelhante ao chinês WeChat, que reúne redes sociais, mensageiro e serviços financeiros em um único app. Não se trata de uma ideia nova: em abril, Musk já havia falado sobre isso. O empresário é apoiador de Donald Trump e reforçou a intenção de criar a plataforma depois que o ex-presidente americano foi suspenso do Twitter por publicar mentiras sobre a covid-19 e por incitar atos de violência no Capitólio em 6 de janeiro de 2020. Segundo ele, a ideia é garantir mais “liberdade de opinião” aos usuários.

Vale lembrar, entretanto, que o WeChat é constantemente monitorado e censurado por inteligência artificial e moderadores humanos. Eles são responsáveis por excluir conteúdos indesejados para o Partido Comunista Chinês, como publicações consideradas obscenas e críticas ao governo. Musk já tem até o domínio para o novo serviço.

O endereço x.com foi criado em 1999 como um banco online. No ano seguinte, foi adquirido pelo PayPal, do qual Musk já foi CEO. Em 2017, entretanto, o empresário comprou o domínio: ele disse que a marca tinha “grande valor sentimental” e poderia abrigar seus outros empreendimentos online. Atualmente, o endereço apresenta um fundo branco com um “x” no canto superior esquerdo.

Entenda o caso

Em abril, o Twitter e Elon Musk anunciaram a aquisição da rede social pelo empresário. Nos meses seguintes, Musk passou a questionar os dados divulgados pela plataforma a respeito de quantidade de perfis falsos existentes no serviço. Em julho, o empresário anunciou a desistência da compra. O Twitter, então, foi à Justiça para obrigá-lo a cumprir o acordo. Desde então, eles têm trocado acusações.

Nesta semana, entretanto, Musk renovou a proposta. “Recebemos a carta registrada na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (Securities and Exchange Commission – SEC)”, informa o Twitter. “A intenção da empresa é fechar a transação em US$ 54,20 por ação.” Esse é o mesmo valor oferecido no acordo inicial. Com isso, as ações da plataforma subiram 22% e chegaram a US$ 52 cada.

Um dos desafios atuais do Twitter é a monetização. Embora tenha criado uma opção de assinatura, o Twitter Blue, com ferramentas exclusivas (como caixas de gorjetas, monetização de newsletter e entradas pagas para salas no Espaços), a rede social não tem muitas parcerias com publicidades pagas.