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Pesquisadores programam robô para dar aulas de Tai Chi Chuan

Equipamento pode ajudar no aperfeiçoamento das funções cognitivas de idosos

Reconhecido como meditação em movimento, o Tai Chi Chuan é uma arte marcial chinesa. Em geral, é ensinado por instrutores experientes, mas, em breve, pode ter um robô como guia. Pesquisadores da Faculdade de Engenharia Kate Gleason, do Instituto de Tecnologia de Rochester (Rochester Institute of Technology – RIT), nos EUA, já desenvolvem um sistema que vai tornar isso possível.

O software é parte de um projeto de pesquisa maior que busca determinar como a tecnologia pode afetar funções cognitivas. Para isso, usa um robô NAO V6 (modelo fabricado pela Softbank Robotics que pode cantar, dançar, andar e conversar) que, em breve, deve liderar uma aula para idosos em um centro comunitário local. Ele é mais que uma companhia fofa: além de ajudar no aperfeiçoamento da função cognitiva, pode oferecer insights sobre como as pessoas interagem com robôs em diferentes situações.

NAO V6 é um robô humanoide sofisticado de cerca de 60 cm de altura. O software para ele foi desenvolvido por Zhi Zheng, professora de engenharia biomédica, para amparar pessoas com distúrbios de desenvolvimento, como “idosos com comprometimento cognitivo leve e indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA)”. Com experiência em robótica e realidade virtual, Zhi participa de uma equipe do RIT que usa esses conceitos para criar tecnologias assistivas voltadas para o cuidado da saúde mental.

A pesquisadora explica que não foi preciso criar um robô próprio porque há boas plataformas disponíveis. “O comportamento dele só depende de como o programa de controle é criado. Em nossa pesquisa, direcionamos os robôs para oferecer instruções cognitivas e físicas adequadamente”, conta ela. “O robô não sabe como se comportar quando é tirado da caixa. Temos de ensinar a ele o que fazer.”

O Tai Chi Chuan consiste de movimentos coreografados, meditação e respiração adequada. Diferentes ações exigem que o praticante use a memória funcional e o processamento visual-espacial para gravar os gestos. O movimento estimula o fluxo sanguíneo pelo cérebro e, em idosos, isso é benéfico para a longevidade, a memória e o aprendizado.

O uso de robôs como facilitadores tem crescido e o trabalho desenvolvido em laboratório tem sido levado para as comunidades. “Tudo no laboratório é controlado, mas isso não reflete as reações naturais” diz Zhi. “Na comunidade, as pessoas estão relaxadas e suas reações são mais naturais. É importante que a tecnologia possa ser controlada por um leigo, porque ela deve servir as pessoas e se encaixar na comunidade.”

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