Cientistas da Universidade Harvard, nos EUA, usaram
Os participantes usaram pulseiras Fitbit para rastrear o sono e atividade física. Além disso, instalaram um aplicativo de
Assim, o sensor pode informar, por exemplo, que o sono de uma paciente está perturbado enquanto ela relata mau-humor e não saindo de casa, de acordo com o GPS. Por outro lado, um acelerômetro em seu telefone mostra que ela se move muito, o que sugere agitação. A paciente recebe um aviso do algoritmo e um médico entra em contato com ela.
Enquanto alguns especialistas veem o uso de algoritmos na
Pode haver, ainda, falsos negativos, que levem a responsabilidade legal para os médicos. “Provavelmente, em alguns sentidos, não é um problema solucionável, pela mesma razão que há tiroteios em escolas e não podemos prevê-los”, aponta Nick Allen, diretor do Centro de Saúde Mental Digital da Universidade do Oregon.
O levantamento, conduzido por Matthew K. Nock, psicólogo de Harvard e um dos principais pesquisadores de suicídio dos EUA, coletou dados de 571 indivíduos ao longo de seis meses. Para Nock, esse é o maior reservatório de informações sobre a vida diária de quem luta com pensamentos suicidas.
No estudo, os pesquisadores buscaram encontrar padrões nos dias anteriores às tentativas de suicídio — isso permitiria tempo para intervenção. Alguns sinais surgiram: mesmo que os impulsos suicidas não mudem no período anterior a uma tentativa, a capacidade de resistir a eles parece diminuir. A privação de sono parece contribuir para isso.
Um dos diferenciais da pesquisa foi a decisão de intervir quando os participantes demonstravam forte desejo de se machucar. “Há uma desvantagem nisso: com menos tentativas e menos suicídios, cientificamente se diminui a probabilidade de encontrar sinais”, aponta. “Mas e se fosse meu filho?”, questiona. Apesar disso, houve duas mortes e de 50 a 100 tentativas entre os pacientes monitorados.