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Operação Rejeito: esquema de mineração ilegal envolve 60 empresas, diz chefe da PF

Richard Murad Macedo diz que o grupo investigado funcionava como uma holding que lucrou mais de R$ 1,5 bilhão nos últimos anos

Operação Rejeito: esquema de mineração ilegal envolve 60 empresas, diz chefe da PF

Mais de 60 empresas são investigadas sob a suspeita de participar de um esquema bilionário de corrupção, lavagem de dinheiro e danos ambientais. Nesta quarta-feira (17), a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Rejeito.

Segundo o Richard Murad Macedo, superintendente da PF em Minas Gerais, as investigações começaram em 2022 e se intensificaram a partir de 2024.

A suposta organização criminosa lucrou, ao menos, R$ 1,5 bilhão com as ações. Além disso, a estimativa é que projetos em andamento têm potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.

As autoridades acusam empresários, lobistas e agentes públicos movimentavam valores bilionários por meio de empresas de fachada, propinas a servidores públicos e concessão irregular de licenças ambientais.

“Com relação às empresas, nós temos um uma espécie de holding composta por mais de 60 empresas desse grupo minerário que foi objeto da investigação de hoje”, afirmou Macedo.

Holding é uma empresa que controla outras companhias. Normalmente, isso acontece com a compra majoritária de ações.

Segundo o superintendente, o grupo executava as ações de mineração, mas também atividades ilícitas: “Todo um mecanismo de blindagem e para lavagem de capitais e pagamentos de propinas para servidores”.

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Entenda a Operação Rejeito

A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta quarta-feira (17), 79 mandados de busca e apreensão e 22 mandados de prisão preventiva. Além disso, servidores públicos foram afastados e foram bloqueados ativos no valor de R$ 1,5 bilhão.

O objetivo da Operação Rejeito é desarticular uma organização criminosa investigada por crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro, relacionados com o processo de autorização da exploração de minério de ferro em Minas Gerais.

Segundo a investigação, empresários, lobistas e agentes públicos movimentavam valores bilionários por meio de empresas de fachada, propinas a servidores públicos e concessão irregular de licenças ambientais.

“Essas autorizações eram utilizadas para usurpar e explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, incluindo locais tombados e próximos a áreas de preservação, com graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos”, detalhou a PF.

Os investigados podem responder pelos seguintes crimes:

  • Crimes ambientais;
  • Usurpação de bens da união;
  • Corrupção ativa;
  • Corrupção passiva;
  • Organização criminosa;
  • Lavagem de dinheiro;
  • Embaraçamento à investigação de organização criminosa.

Leia mais: Ex-diretor da PF em MG está entre os presos em operação contra mineração ilegal

A Operação Rejeito, iniciada em 2022, foi deflagrada em conjunto Controladoria-Geral da União (CGU) e contou com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.
Jornalista graduada pelo Centro Universitário Newton Paiva em 2005. Atua como repórter de cidades na Rádio Itatiaia desde 2022