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Diamante de 600 quilates: empresa de MG confirma suspeita de furto; entenda

Diamante bruto pode valer entre R$ 16 milhões e R$ 50 milhões

. Conforme a prefeitura da cidade, o diamante bruto foi encontrado em maio e a pedra é avaliada em R$ 16 milhões

Uma das mineradoras envolvidas na investigação que apura possível furto e fraude em documentos relacionados à extração e venda do segundo maior diamante encontrado em Minas Gerais confirmou à Itatiaia, nesta sexta-feira (3), que houve atividades suspeitas em suas operações de mineração no Rio Araguari, em abril deste ano, e, por isso, foi levantada a hipótese de possível desvio da pedra preciosa.

Está em andamento um inquérito da Polícia Federal (PF) que apura se, de fato, o diamante foi encontrado na cidade de Coromandel, no Alto Paranaíba, como consta em documentos da Agência Nacional de Mineração (ANM), ou se a pedra teria, na verdade, sido localizada em Araguari e desviada para outro município, conforme denúncias recebidas pelos órgãos.

O diamante bruto, de mais de 600 quilates, foi encontrado no dia 30 de abril e deve valer no mercado entre R$ 16 milhões e R$ 50 milhões.

Em nota enviada à reportagem nesta manhã, a mineradora afirma que notou movimentação suspeita no dia em que o diamante foi encontrado. “A Carbono Mineração notou comportamento suspeito em suas atividades de mineração de diamantes no Rio Araguari no dia 30/04. Nas semanas seguintes, diferentes denúncias recebidas fortaleceram a hipótese de desvio. A Carbono Mineração reafirma sua total confiança nas autoridades competentes, colaborando integralmente com as investigações em curso e colocando-se à disposição para todos os esclarecimentos necessários, certa de que a verdade prevalecerá”, afirmou em nota institucional.

Até então, a Carbono Mineração, que opera em Araguari, no Alto Paranaíba, não havia se manifestado oficialmente sobre a investigação, iniciada em agosto deste ano.

Polícia Federal

Em 27 de agosto, a pedra foi apreendida pela Polícia Federal durante a análise de documentos para a emissão do Certificado do Processo de Kimberley (CPK), passo necessário para a exportação e solicitado pelo comprador, o empresário Oswaldo Borges da Costa Neto. A Polícia Federal chegou a realizar buscas e apreensões em alguns endereços.

Inconsistência

Conforme apurado pela reportagem, a linha de investigação da PF parte da denúncia que coloca a empresa Carbono Mineração, que tem mina em Araguari, como possível extratora.

Por outro lado, registros recebidos pela Agência Nacional de Mineração (ANM) indicam que a pedra teria sido extraída em Coromandel pela Diadel Mineração. Diante da inconsistência, a PF decidiu não autorizar a exportação até que a análise seja aprofundada.

A reportagem conversou com integrantes do mercado de pedras preciosas de Coromandel, e o descontentamento com a suspeita levantada sobre a origem da pedra é unânime. Fontes afirmaram que o encontro do diamante se tornou um evento na cidade, celebrado por garimpeiros e autoridades locais.

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.