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Delegado é afastado após denúncias de assédio sexual e ameaças em MG

Servidora relata tentativa de beijo forçado e ameaças com fotos dos filhos; caso é investigado pelo Ministério Público e pela Corregedoria da Polícia

O delegado Henrique César Faleiros foi afastado da chefia da Delegacia Regional de Curvelo, na região Central de Minas, após uma servidora denunciá-lo por assédio sexual, assédio moral, perseguição e ameaças. A esposa do delegado também se tornou alvo da investigação, após supostamente ameaçar a denunciante.

O afastamento do delegado da função foi publicado no Diário Oficial do Estado na quarta-feira (20). Ele permanece como delegado de carreira, mas sem cargo de liderança. A reportagem da Itatiaia teve acesso ao depoimento da servidora à Corregedoria.

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No documento, a denunciante relata que o delegado tentou beijá-la na boca e enviava mensagens pessoais. Em outra ocasião, a esposa do delegado, em tom ameaçador, teria enviado fotos dos filhos da denunciante enterrados na areia.

A advogada da vítima, Mariane Andreia Cardoso, explicou os próximos passos da denúncia. “Existe o deferimento de uma medida protetiva, que precisa ser acompanhada para que seja mantida. Confiamos na seriedade do Poder Judiciário mineiro em resguardar a integridade física e psicológica da vítima e de sua família. Em relação a outras pessoas que passam por situações semelhantes de assédio sexual e moral em seus empregos ou em outros momentos, a principal orientação é procurar uma defesa técnica, um advogado ou advogada especialista, para auxiliar na obtenção das provas. Quanto melhor as provas, mais efetiva é a defesa e mais rápidas podem ser as medidas”, disse.

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O caso é investigado pelo Ministério Público e pela Corregedoria da Polícia. O MP pediu a aplicação da Lei Maria da Penha, destacando que a violência de gênero também pode ocorrer no ambiente profissional.

A Justiça acatou o pedido e determinou medidas protetivas: o delegado e a esposa estão proibidos de se aproximar da vítima e de seus filhos, além de manter qualquer tipo de contato.

Nossa reportagem tentou contato com o delegado Faleiros, mas até o momento não houve retorno. O caso segue aberto.