O responsável pela empresa Willian Festas, com sede em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) após deixar ao menos 24 clientes no prejuízo.
Somando apenas o valor pago por três das vítimas ouvidas pela Itatiaia, o montante supera R$ 21 mil. As clientes se uniram em um grupo de mensagens para denunciar o caso e relatar que haviam contratado o homem para organizar festas de 15 anos e casamentos — alguns marcados, inclusive, para este fim de semana.
Uma noiva, que preferiu não se identificar, contou que conheceu o decorador por meio de uma indicação do espaço onde realizaria o casamento. “Estava procurando fornecedores e o pessoal me passou o contato dele. Fui até a loja com minha mãe e fechei a decoração da cerimônia e da recepção, além do tapete de LED para a boate. Ele também ofereceu cerimonialista e bar de drinques, tudo no valor de R$ 10,3 mil, que paguei no cartão do meu pai, parcelado em dez vezes”, relatou.
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Depois disso, ela conta que ele não respondeu mais. “Minha mãe tentou falar com ele, mas as mensagens nem chegavam. No dia 16, a cerimonialista me mandou uma mensagem cancelando o serviço porque não tinha recebido o pagamento, dizendo ainda que o responsável estava desaparecido.”
Outra cliente contou que jamais imaginou que seria vítima de um golpe. “Ele havia feito o aniversário da minha irmã, que ficou muito bem feito. Firmei o contrato em maio de 2025, no valor de R$ 6 mil, e paguei tudo no cartão”, afirmou. “Quando soube que ele havia sumido, não acreditei. Eu o conhecia e confiava nele. Mas, ao enviar uma mensagem, recebi uma resposta automática dizendo que ele não cumpriria os contratos firmados nem os compromissos agendados.”
Mulher, que também não quis se identificar, relatou que descobriu o golpe poucos dias antes da festa de 15 anos da filha, marcada para este sábado (25). “Fechei minha festa em janeiro. Combinei decoração, mobília, pista de LED e plataforma 360, tudo no valor de R$ 5,6 mil. Depois, pelo WhatsApp, fechei também o DJ e a cerimonialista, pagando mais R$ 2,6 mil via Pix”, contou.
Preocupada, uma delas s foi até a loja do produtor e encontrou uma das irmãs dele. “Ela me disse que o William tinha tentado suicídio e que estava desaparecido desde então. Mas no grupo de vítimas ninguém encontrou esse registro”, afirmou.
Fui vítima, o que fazer?
A PCMG informou que o caso é tratado como crime de ação penal pública condicionada à representação criminal das vítimas. A corporação orienta que “todo o cidadão lesado procure uma delegacia mais próxima de sua residência para formalizar a representação criminal e, na ocasião, apresente as provas e documentos que poderão subsidiar a investigação”.
O órgão ressalta ainda que “não basta o mero registro de ocorrência policial — a representação criminal é condição necessária para a devida investigação, conforme determina a legislação vigente”.
A reportagem tentou contato com o suspeito e não teve retorno até a publicação. O espaço continua aberto caso queira se manifestar.