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Caso Soraya Tatiana: filho seguiu apostando depois de matar professora em BH, diz polícia

Polícia Civil concluiu inquérito e indiciou filho por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual

Caso Soraya Tatiana

Mesmo após matar a mãe, a professora Soraya Tatiana Bonfim França, de 56 anos, Matteos França Campos, de 32, em Belo Horizonte, continuou participando ativamente de grupos de apostas online.

A informação foi divulgada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) nesta terça-feira (16), em entrevista à Itatiaia, quando o órgão anunciou a conclusão do inquérito que o indiciou por feminicídio, fraude processual e ocultação de cadáver.

“Ele jogou tanto no dia anterior ao crime quanto depois. Continuou participando desses grupos, jogando e interagindo. Esse é um detalhe muito importante que mostra a frieza dele. Depois de matar a mãe, ele seguiu apostando, continuou se manifestando nos grupos mesmo após o que havia cometido”, afirmou a delegada Ana Paula Rodrigues de Oliveira.

Além das apostas, ele chegou a viajar com amigos para a Serra do Cipó, na Região Central de Minas, onde “agiu naturalmente, dançou, bebeu e ficou até por volta de 4h da manhã, se divertindo”, segundo a polícia.

A delegada destacou que o autor confesso não demonstrou arrependimento. “Foi um crime bárbaro, que chocou a todos, sobretudo pela frieza do investigado. Em nenhum momento durante as investigações ele demonstrou qualquer tipo de sentimento. Muito pelo contrário, se apresentou frio, distante e aparentava manter um relacionamento saudável com a mãe, quando não era nada disso”, disse.

Ela ainda contou que, tanto no dia anterior quanto no dia do crime, eles trocaram mensagens carinhosas: ‘Eles saíram juntos e jantaram juntos”.

Ele está preso desde o dia 25 de julho e, após transferências motivadas por ameaças, permanece no presídio de Caeté, na Grande BH. O crime ocorreu bairro Santa Amélia, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, cinco dias antes de Matteos ser detido.

Descoberta de fraudes

Antes do crime, Soraya passou cerca de 45 minutos em contato com o banco para questionar transações que não reconhecia em seu cartão de crédito. Ao descobrir que o próprio filho a estava roubando, houve uma discussão.

De acordo com a delegada, durante a briga, Matteos aplicou um “mata-leão” que quebrou o osso hioide da vítima, provocando a morte.

Relembre o caso

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O corpo da professora foi encontrado em 20 de julho, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após denúncia anônima. A vítima estava parcialmente coberta por um lençol, vestia apenas a parte superior das roupas, tinha sinais de violência e estava sem documentos.

Matteos confessou o crime após ser preso, alegando que matou a mãe durante uma discussão sobre dívidas contraídas em apostas esportivas e empréstimos consignados.

Desde 2017, Soraya Tatiana lecionava História para turmas do 7º e 9º anos no Colégio Santa Marcelina, em Belo Horizonte, onde era muito querida por colegas e alunos.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.
Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.