A obrigatoriedade de oferecer cardápios físicos em bares e restaurantes voltou ao centro do debate em Minas Gerais.
Regina Gomes Teixeira, de 68 anos, é firme em sua preferência. “Eu prefiro o cardápio físico. Nem todo mundo tem acesso ao digital”, diz. Pilotista aposentada, ela lembra que alguns menus em papel nos bares ainda precisam de mais cuidado. “Tem cardápio que vem até grudando de gordura. Se for obrigatório, tem que dar uma limpadinha, né?”
Para Rogério da Cruz Pereira, de 42 anos, operador de máquinas, a tecnologia é bem-vinda. “O digital é melhor. Todo mundo já está envolvido com isso. Cada um resolve pelo celular e pronto.” Na memória, ele ainda lembra dos cardápios físicos, mas diz não sentir falta. “Às vezes vinha até meio grudento.”
Cirlane Costa, de 48 anos, assistente administrativa, acredita que o digital é bom porque tem fotos dos pratos, ajudando na hora de escolher. “Mas o físico agiliza, o cliente já chega, vê e pede. Tem gente que vai ao restaurante pra desligar do celular, e aí só ter o cardápio digital obriga a pessoa a usar o aparelho. Acho importante ter as duas opções.”
O texto que prevê a exigência de cardápio impresso é de autoria do deputado Cristiano Xavier (PSD) e determina que estabelecimentos devem disponibilizar a versão em papel ou plástico, mesmo que também ofereçam o menu digital. A proposta ainda está em análise nas comissões internas da Assembleia e não tem data para ser votada em plenário.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) concorda que é importante oferecer opções para públicos diversos, mas se posiciona contra a criação de uma nova lei. “Temos um público variado: alguns dominam a tecnologia, outros não têm familiaridade. Acessibilidade é essencial, mas acreditamos que isso pode ser resolvido com campanhas educativas e conscientização do setor, sem a necessidade de uma imposição legal”, afirma a presidente da entidade, Carla Rocha.