A Polícia Civil (PC) prendeu, nesta sexta-feira (19), uma mulher de 59 anos suspeita de envenenar e matar sua própria neta, de 9 anos, no último dia 25 de julho, em São Francisco, no Norte de Minas. O caso é investigado como homicídio qualificado.
Na ocasião, a criança passou mal após comer um pedaço de bolo e um pão de queijo na casa da avó. Os alimentos foram preparados pela suspeita. Um gato de estimação também morreu com os mesmos sintomas.
Criança passou mal após ingerir alimentos
Segundo o Boletim de Ocorrência (BO), a menina estava passando as férias escolares na casa da avó, de 59 anos. Por volta das 18h, a mulher preparou um bolo para servir no café da tarde às duas netas — a vítima e a irmã dela, de 11 anos.
Logo após comer o bolo,
De acordo com a Polícia Civil, testemunhas relataram que “no momento em que a criança começou a apresentar sintomas, a avó se mostrou indiferente e só providenciou socorro quase uma hora depois”.
A avó, por sua vez, relatou que tentou aliviar o mal-estar com massagens e aplicação de gel na barriga da neta, mas o quadro piorou. A menina passou a expelir uma secreção branca pelo nariz, perdeu a consciência e foi levada ao hospital por um vizinho, após a avó pedir ajuda.
Segundo o boletim de ocorrência, a avó e a irmã mais velha da vítima não apresentaram sintomas. Conforme o registro policial, a menina chegou ao hospital já sem sinais vitais, apresentando cianose (coloração azulada da pele), sialorreia (excesso de saliva) e pupilas contraídas. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu na unidade de saúde.
‘Chumbinho’
A perícia da Polícia Civil analisou alimentos recolhidos na casa e o laudo concluiu que tanto o bolo ingerido quanto o organismo da vítima continham Terbufós, substância altamente tóxica utilizada na fabricação clandestina do popular veneno “chumbinho”.
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Gato envenenado
Outro indício do envenenamento foi a morte de um gato da família, que também morreu após consumir alimentos no local. O animal passou por necropsia feita por um médico veterinário e o laudo apontou aumento discreto do fígado, com colorações amareladas em diversas regiões, quadro compatível com sobrecarga de elementos hepatotóxicos, indicando intoxicação como provável causa da morte do felino.
Em posse das evidências, a Polícia Civil decretou a prisão preventiva da avó como medida cautelar. O delegado responsável pelo caso, William Araújo, ressaltou que as investigações ainda estão em andamento e que o próximo passo é apurar a motivação do crime. Porém, destacou que os indícios e provas coletadas embasam a prisão da suspeita.
“As investigações comprovaram a presença de veneno no alimento e no organismo da vítima, indicando, em tese, a participação da avó no envenenamento. Portanto, a prisão é fundamental para garantir a continuidade das apurações”, afirmou ele.
A mulher segue detida, à disposição da Justiça.