A divulgação de um vídeo que exibe o fisiculturista Rafael Pedro da Silva, de 28 anos, agredindo brutalmente sua então namorada, a esteticista Michelle Colósimo, de 39, em Itajubá, no Sul de Minas, gerou revolta na população da região. O caso ocorreu no dia 8 de maio, porém as imagens só vieram à tona nesta terça-feira (5). O homem foi preso em flagrante um dia após o espancamento e foi indiciado pela Polícia Civil.
Em razão do conteúdo extremamente sensível do vídeo, a Itatiaia decidiu não reproduzi-lo na íntegra. As imagens mostram, inicialmente, Rafael subindo em cima de Michelle, que está sentada no sofá de casa, e a estrangulando. Em diversos momentos, o atleta afirma que “ela não terá escolha”.
Depois disso, o homem desfere sete socos com enorme violência no rosto da mulher, que não reage. Na sequência, ele retorna a agredi-la, com mais quatro tapas e a manda “calar a boca” e “ficar calada, se não iria apanhar”.
Quando a mulher faz menção de gritar por socorro, Rafael desfere mais sete tapas e dois socos, extremamente fortes, no rosto da vítima. Logo depois, a segura pelo pescoço e a desafia a gritar novamente. A gravação, então, é encerrada.
Em nenhum momento a mulher consegue esboçar reação, demonstrando ter ficado extremamente atordoada com as agressões covardes.
Agressor não aceitou término
Segundo Michelle, as agressões começaram durante a noite, quando ela disse a Rafael que queria terminar o relacionamento. Além dos socos, tapas e estrangulamento, o homem a trancou em um quarto, ameaçou com uma faca e obrigou a tomar remédios para dormir e analgésicos para a dor.
No dia seguinte, a vítima foi levada para a casa do agressor, onde seguiu sendo ameaçada. Apesar da situação de vulnerabilidade, ela conseguiu convencê-lo a levá-la de volta para sua residência.
Em casa, os filhos de Michelle notaram os ferimentos no rosto da mãe — a maçã do rosto da esteticista ficou extremamente machucada e roxa, assim como seus olhos. Uma bolsa de sangue se formou em volta e dentro do globo ocular da mulher — e ela revelou a eles o que tinha acontecido.
Em dado momento, Rafael saiu para trabalhar, mas acabou retornando à residência de Michelle, onde voltou a ameaçá-la, dizendo que a mataria e também seus familiares se ela não reatasse o relacionamento.
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Rafael Pedro negou as acusações
Acionada, a polícia encontrou Rafael no local, e o homem negou às acusações de agressão e ameaça. Aos policiais, o fisiculturista relatou que estava em um período de reconciliação com Michelle e que eles chegaram a tomar café da manhã juntos naquele dia.
Posteriormente, Rafael confessou ter dado um soco na vítima, alegando ter descoberto uma suposta traição.
Diante dos fatos, o fisiculturista foi preso em flagrante. Ele e a vítima foram encaminhados para exame de corpo de delito e, em seguida, à delegacia de polícia onde as demais providências foram tomadas.
Rafael foi indiciado pelos crimes de cárcere privado, ameaça e agressão, no âmbito da Lei Maria da Penha.
“Meu calendário parou nessa data”
No dia 3 de junho, Michelle publicou um vídeo em suas redes sociais, onde relata o que sofreu no dia das agressões. Na legenda, afirma que o 8 de maio trata-se de um dia que jamais será esquecido, pois “Deus a livrou da morte”.
“É uma data que jamais será esquecida, principalmente nesse cômodo da minha casa, onde fui violentada brutalmente, covardemente, por um ex-namorado”, afirmou.
Segundo ela, a situação mudou sua vida.
“Têm sido tempos de tristeza, medos, exames, angústias”, relatou a esteticista.
Porém, apesar do sofrimento, Michelle preferiu se apegar à esperança, se apoiando em sua família.
“Têm sido dias tristes, mas com a glória de Deus, podendo agradecer por estar viva, obrigado Deus”, finalizou ela.
O que fazer para denunciar violência contra mulheres?
Para denunciar casos de violência contra as mulheres, ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, que recebe ligações telefônicas gratuitas de todo o país, de forma confidencial.
Pelo número, você pode receber orientações sobre direitos e informações sobre a rede de serviços públicos disponíveis em seu município.
O Ligue 180 também funciona como um canal de denúncia, encaminhando os casos aos órgãos estaduais da Segurança Pública e do Ministério Público. A denúncia de uma violência sexual também pode ser feita em qualquer delegacia de polícia civil, sendo as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) e as Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) as principais portas de entrada dessas denúncias.
Em casos de emergência, ligue 190.