Foi realizada, nesta terça-feira (5), a primeira audiência de instrução de João Vitor Pereira, de 24 anos, que
Na ocasião, João se apresentou à polícia alegando que assassinou Thayná asfixiada após levar um tapa no rosto durante uma discussão e “perder a cabeça”.
A audiência de instrução, etapa do processo onde o juiz coleta provas orais, como depoimentos de partes e testemunhas, foi realizada no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.
Foram ouvidas as testemunhas de acusação de João Vitor, no caso, os familiares da vítima, que contaram como era a realidade vivida pelo casal. Ainda será marcada uma nova audiência, para que a defesa do homem possa se manifestar.
Mãe acredita que assassinato foi premeditado
Em entrevista à Itatiaia, Junia Silva, mãe da jovem, revelou uma rotina de agressões à filha. Segundo ela, João Vitor Pereira era um homem violento. Por isso, acredita que o assassinato tenha sido premeditado, o que diverge da versão do autor do crime.
“Eu acredito que ele premeditou passo a passo, que não foi coisa de momento, pela forma que ele matou ela”, afirmou Silva.
Após o crime, amigas de Thayná contaram a familiares que o casal vivia um momento conturbado nos dias que antecederam ao crime.
“Ela não falava nada com a gente da família. Mas depois que aconteceu tudo, ficamos sabendo por duas amigas que eles já vinham brigando desde o início da semana do ocorrido. Ela estava pedindo para ele mudar e que se ele não fizesse isso ela iria se separar. Então ele disse que mudaria. Mas eu creio que ele falou isso já planejando que a mataria”, contou a mãe da vítima.
Segundo Junia, a família era contra o relacionamento, iniciado quando Thayná ainda era menor de idade. Porém, de acordo com ela a garota confiava em uma mudança no comportamento do marido.
“A gente já tinha feito um boletim de ocorrência cinco anos atrás porque ele a agrediu. Creio que na época ele foi para matar ela, mas estávamos lá e não deixamos. Poucos dias depois elas quis voltar para ele. Ela era de menor, a gente tentou evitar, mas ela voltou. (...) Ele chegou a passar uma faquinha no pescoço dela. Outra vez tentou forçar o portão da nossa casa para agredí-la e toda hora colocava a mão na cintura, como se estivesse armado”, relatou.
Muito emocionada, Junia contou que a filha havia terminado um curso técnico de enfermagem recentemente e que a jovem sonhava em ser mãe. Ela ainda pediu justiça.
“A gente espera por justiça pela morte dela. Que ele pegue uma pena justa e pague por tudo que ele fez por ela”, afirmou Silva.
Maria Aparecida Silva, tia de Thayná, fez um apelo à Justiça e um pedido às mulheres que sofrem algum tipo violência dos companheiros.
“Queremos pedir justiça não só pela Thayná, porque tem muitas jovens passando pelo que ela passou. Pedimos para elas não acreditarem. Bombom, flores não pagam um tapa. E não precisa ser agressão. Se a pessoa vier com agressividade, mesmo que verbalmente, na primeira vez se afaste, porque não haverá mudança. Não existe mudança. Estão tratando as mulheres como descartáveis e nós não somos. Vamos lutar com honra e força porque não queremos mais ‘Thaynás’”, concluiu Maria Aparecida.
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A reportagem da Itatiaia está aberta a eventuais manifestações da defesa de João Vitor Pereira.
O que fazer para denunciar violência contra mulheres?
Para denunciar casos de violência contra as mulheres, ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, que recebe ligações telefônicas gratuitas de todo o país, de forma confidencial.
Pelo número, você pode receber orientações sobre direitos e informações sobre a rede de serviços públicos disponíveis em seu município.
O Ligue 180 também funciona como um canal de denúncia, encaminhando os casos aos órgãos estaduais da Segurança Pública e do Ministério Público.A denúncia de uma violência sexual também pode ser feita em qualquer delegacia de polícia civil, sendo as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) e as Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) as principais portas de entrada dessas denúncias.
Em casos de emergência, ligue 190.