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Advogada criminalista executada com 20 tiros em BH: o que se sabe sobre o caso

Kamila Cristina Rodrigues dos Santos, de 32 anos, foi executada na manhã desta segunda-feira (22), no bairro Ermelinda, em Belo Horizonte

O celular de Kamila Cristina foi encontrado a 8 km do local do crime em BH

A Polícia Civil investiga o assassinato da advogada criminalista Kamila Cristina Rodrigues dos Santos, de 32 anos, executada na manhã da segunda-feira (22) com pelo menos 20 tiros, na Rua Otaviano Fabri, no bairro Ermelinda, Região Noroeste de Belo Horizonte.

Kamila foi surpreendida por um atirador que desceu de um Kia Cerato enquanto andava na direção de seu carro, um Fiorino. O autor dos disparos desceu armado do carro no lado do carona e iniciou os disparos, que continuam mesmo com a advogada no chão.

A Itatiaia aponta, agora, o que já se sabe sobre o homicídio. Confira:

‘Tô de guerra’, avisou Kamila antes de ser executada

Kamila Cristina gravou um vídeo para dizer que estava em guerra antes de sua morte. A gravação tem tom de ameaça, mas Kamilia não citou nomes.

“Boa noite, gente. Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa de luz, uma pessoa legal até certo ponto. Então, tô botando aqui porque fofoqueiro tem um monte, né? Então, já pode passar o recado. Eu tô de guerra, tá?”, disse a advogada.

“Então, começou com história triste, com mimimi, com a p*** que pariu, vai pra desgraça para lá. Eu estou de guerra e com quem eu tô sabe, entendeu?”, prosseguiu. “Mas como não me atende, como não me retorna, então é isso, porque daqui a pouco Ai, ai, ai, meu c* tá doendo. E você pode saber, fui eu. Beleza. Fui eu. Eu não tô ameaçando. Eu tô avisando que eu vou fazer”, finalizou no vídeo, que circula em aplicativos de mensagens desde a segunda (22).

Câmeras filmaram execução

A Itatiaia obteve acesso às imagens de uma câmera de segurança que registrou o homicídio. Kamila Cristina caminhava na rua, quando foi surpreendida pelos criminosos. O carona desce do carro, atira, subtrai um item da vítima e foge com o motorista.

Assista abaixo:

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Celular de Kamila foi encontrado a 8 km do local do crime

O celular de Kamila Cristina foi encontrado a cerca de 8 km do local onde ela foi assassinada. Segundo o BO, o aparelho foi havia sido roubado após a execução. No entanto, uma pessoa o encontrou na avenida Waldomiro Lobo, na regional Norte, e o entregou às autoridades.

O telefone foi encaminhado para o Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde passará por perícia.

Bandidos usaram carro clonado para cometer o crime

Criminosos usaram um carro clonado para executar Kamila Cristina. Conforme registrado pela Polícia Militar no Boletim de Ocorrência (BO), os autores chegaram ao local do crime em um Kia Cerato prata.

Porém, após levantamento, constatou-se que o veículo em questão encontra-se clonado, sendo o original registrado no município de Tupaciguara, no Triângulo Mineiro. Depois de matarem Kamila, os bandidos fugiram sentido Anel Rodoviário.

Carro foi queimado após o crime

O possível carro usado na execução de Kamila Cristina foi encontrado incendiado na madrugada dessa terça-feira (23), no bairro Juliana, Região Norte de Belo Horizonte.

De acordo com o tenente Luís Alberto, do Batalhão de Polícia de Guardas, moradores desconfiaram da movimentação de dois veículos em uma rua sem saída. Pouco depois, ouviram um barulho e perceberam que um dos carros havia sido incendiado em uma trilha da região.

“Conseguimos identificar a placa, apesar dos danos. O modelo e a cor coincidem, e a dinâmica leva a crer que esse veículo foi utilizado no homicídio”, afirmou o militar.

Atuação de Kamila

Conforme informações publicadas em um perfil em rede social, Kamila atuava como advogada desde 2019, nas áreas de Direito Civil, Família, Trabalhista e Criminal.

Ela se formou pela Escola Superior Dom Helder Câmara, possui pós-graduação em Direito Processual Civil pela Faculdade Líbano e é mestranda em Direito pela FUNIBER.

No mesmo perfil, a advogada informou que também estava cursando Ciências Contábeis. “Tenho experiência prática na condução de processos, atendimento ao cliente, elaboração de peças, acompanhamento de audiências e resolução de conflitos”, escreveu.

OAB se posicionou

Em nota assinada pelo presidente Gustavo Chalfun, a Ordem dos Advogados Seção Minas Gerais (OAB-MG) destacou que advocacia brasileira amanheceu em luto em razão da brutal execução da advogada. “Não é apenas um ataque covarde contra uma profissional, mas uma afronta à nossa classe e ao próprio Estado Democrático de Direito”, destaca trecho da nota, que segue.

“Precisamos transformar essa dor em luta. É urgente discutir medidas de segurança para que advogadas e advogados possam exercer sua missão constitucional sem medo. Esse debate passa, inclusive, pela isonomia com o Ministério Público e a Magistratura no porte de armas, garantindo que também a Advocacia tenha o direito de defesa diante da escalada de violência”, aponta a nota, que cobra ainda o Poder Legislativo.

Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.
Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.
Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Maic Costa é jornalista, formado pela UFOP em 2019 e um filho do interior de Minas Gerais. Atuou em diversos veículos, especialmente nas editorias de cidades e esportes, mas com trabalhos também em política, alimentação, cultura e entretenimento. Agraciado com o Prêmio Amagis de Jornalismo, em 2022. Atualmente é repórter de cidades na Itatiaia.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.
Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.
Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.