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PBH exonera diretor após PF apontar fraudes em licitações na limpeza da Lagoa da Pampulha

Mundança ocorre na Diretoria de Gestão de Águas Urbanas, vinculada à Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura

PF apura fraudes em licitações envolvendo limpeza da Lagoa da Pampulha

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) exonerou Ricardo de Miranda Aroeira da chefia da Diretoria de Gestão de Águas Urbanas, vinculada à Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura. A medida foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) desta quarta-feira (24), um dia após a operação da Polícia Federal (PF) contra fraudes em licitações envolvendo a Lagoa da Pampulha, cartão-postal de BH. Leandro César Pereira, atual secretário de Obras e Infraestrutura, assume a diretoria de forma interina.

Batizada de Otacílio, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão, sendo um deles na Diretoria de Gestão de Águas Urbanas (DGAU) da Prefeitura de Belo Horizonte. Conforme a PF, os contratos investigados somam US$ 7,5 milhões (cerca de R$ 40 milhões). A Polícia Federal não divulgou os nomes dos investigados.

A Justiça determinou o bloqueio de valores superiores a R$ 440 mil em nome do servidor público investigado, referentes a transações bancárias suspeitas de caracterizar pagamento de vantagem indevida. Também foi cumprida notificação de suspensão de suas funções, segundo nota da PF.

Prefeito

Após a operação, o prefeito da capital mineira, Álvaro Damião (União Brasil), afirmou que eventuais condutas irregulares de servidores públicos da administração municipal devem ser “apuradas sem quaisquer obstáculos nas investigações”.

Veja nota da PBH

A respeito da Operação Otacílio, deflagrada nesta terça-feira, a Prefeitura de Belo Horizonte informa que apresentou todos os documentos de que dispunha e continua à disposição para todos os esclarecimentos necessários.

A PBH prima pela transparência em todos os seus atos e está democraticamente aberta ao escrutínio de todas as instituições do Estado e da sociedade civil.

Em relação ao contrato firmado para a limpeza do espelho d’água, a PBH esclarece que a dispensa de licitação é justificada por se tratar da única empresa autorizada pelo IBAMA a usar o produto considerado o mais eficaz para o tratamento da água da Lagoa da Pampulha. O produto se chama Phoslock e é australiano.

A inexigibilidade de licitação é um instrumento previsto no artigo 74 da Lei 14.133/2021, a nova Lei de Licitações.

Vale lembrar que, no período em que o contrato esteve suspenso — de setembro de 2023 a fevereiro de 2024 —, a qualidade da água caiu, segundo análise técnica baseada em dados da Copasa, o que demonstra a importância e a eficácia do produto.

Cabe ressaltar que o Ministério Público Estadual (MPE), com posterior aval do Ministério Público de Contas, arquivou um pedido de abertura de inquérito civil envolvendo o contrato por não ter encontrado nenhuma irregularidade.

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Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.