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Micos do Parque das Mangabeiras morrem após serem infectados por humanos com herpes

PBH explica que os animais são contaminados quando uma pessoa infectada pelo vírus os alimenta com comida manipulada ou mordida por ela

Três micos-estrela do Parque das Mangabeiras, no centro de Belo Horizonte, morreram contaminados com o vírus do herpes neste ano. As informações foram confirmadas pela Prefeitura da capital mineira.

“Em 2025, quatro animais vieram a óbito, sendo três deles com o diagnóstico comprovado de herpesvírus. O quarto animal foi enviado para Centro de Triagem de Animais Silvestres do IBAMA, mas as análises não foram conclusivas. Os números representam um cenário de surto apenas para a população de micos-estrela existente no Parque das Mangabeiras”, explicou o órgão à Itatiaia.

Ainda segundo a PBH, no ano passado, não foi registrada nenhuma morte de micos-estrela e, até o momento, não há registro de outros animais contaminados que não tenham morrido. “Os micos-estrela são altamente suscetíveis ao HSV-1 [herpesvirus]. Após serem contaminados, podem apresentar lesões ulcerativas em boca e língua e distúrbios neurológicos. Essas lesões geralmente levam o animal a óbito”, esclarece o órgão.

Como os animais foram contaminados com herpes?

A PBH explica que os animais são contaminados com herpesvirus quando uma pessoa infectada pelo vírus dá um alimento manipulado ou mordido por ela para mico-estrela. Por isso, o órgão recomenda que a população não alimente os animais.

A veterinária e tecnologista em pesquisa do Centro Nacional de Primatas do Ministério da Saúde, Liliane Carneiro, também alerta sobre os perigos do hábito que humanos tem de se aproximar dos animais. “Nesse ano já tivemos dois casos humanos de Raiva por transmissão de callithriquideos no Brasil, um em Pernambuco e outro no Ceará, devido a uma questão de vínculo estreito com a saúde única, são animais cativantes e o hábito da população em tentar capturá-los e domesticá-los”, comenta.

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Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento
Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.