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Preço da gasolina sobe 50% em cinco anos e supera alta do dólar

De acordo com a pesquisa, o preço médio da gasolina na Grande BH em abril de 2025 é de R$ 6,17, ante R$ 4,19 em 2020

Preço da gasolina em BH está entre os mais caros de Minas

Um levantamento realizado pelo site de pesquisas Mercado Mineiro revelou um aumento expressivo no preço dos combustíveis na Grande BH nos últimos cinco anos. O estudo mostra que a gasolina ficou quase 50% mais cara, superando significativamente a inflação no mesmo período.

De acordo com a pesquisa, o preço médio da gasolina na Grande BH em abril de 2025 é de R$ 6,17, ante R$ 4,19 em 2020. O aumento no preço do etanol foi ainda mais acentuado, com uma alta de mais de 60%, passando de R$ 2,78 para R$ 4,47 no mesmo intervalo.

Feliciano Abreu, coordenador do Mercado Mineiro, destaca o impacto desses aumentos no orçamento das famílias.

“Esse aumento realmente é impressionante. Se você voltar 5 anos, realmente tem um aumento aí bem superior à inflação no período. A gasolina, por exemplo, ela subiu 47% e o etanol incríveis 61%. Para consumidor ter uma ideia, quando a gente pega 50 litros pelo preço médio da gasolina há 5 anos, ele gastava R$ 209 e, atualmente, gasta em média R$ 308. E do etanol, ele enchia o tanque a R$ 139 há 5 anos e, atualmente, a R$ 223. É um aumento praticamente de R$ 100 em ambos os tanques. A inflação nesse período aí gira em torno de 30%. Então os aumentos de combustíveis pesaram muito para o orçamento doméstico e obviamente para o transporte e para as mercadorias também, que acabam inflacionando em virtude do custo.

Feliciano explica que vários fatores impactam no preço da gasolina, como a cotação do dólar e pandemia de Covid-19. Porém, a variação cambial não é o principal responsável pela alta dos combustíveis. “Se você pegar o dólar há 5 anos, em abril de 202, era R$ 5,23. Atualmente, o dólar a R$5,90, 5,88. Tem um aumento de 12,5%. Então não é o dólar que está sendo o grande problema. O problema realmente pode ser alguma coisa em virtude da nova postura da Petrobras, de remuneração e também, no caso do etanol, que vai acompanhando o preço da gasolina . A gente não teve um aumento de salário de 60% ou de 47% ou 50% nesses últimos 5 anos”, diz Feliciano.

A situação tem afetado diretamente trabalhadores que dependem de veículos, como motoristas de aplicativo e entregadores. Pedro Henrique Andrade, motociclista que trabalha com entregas e como motorista de Uber, relata: “Subiu bastante. Agora a gente tem que rodar o dobro. Antigamente a gente colocava R$ 10 e rodava o dia todo, hoje em dia é de R$ 30 e olha lá. E ainda chega na final da noite e já está piscando já no reserva.”

Ezir Rodrigues Custódio roda por outros estados do Brasil e lembra que Minas o combustível é ainda mais caro por causa da cobrança do ICMS.

“Chego em São Paulo e lá o ICMS é mais barato. Em Porto Alegre é mais barato que é em Minas. Em Minas é muito caro e ICMS”, disse. “O governo não corta gasto e quem paga somos nós”, completou.

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Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.
Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.