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‘Novo Cangaço': apesar de ataque em Guaxupé, crime teve ‘redução drástica’ em MG, diz secretário de segurança

Rogério Greco, secretário de Justiça e Segurança Pública, destaca que estado saiu de 252 ocorrências, registradas em 2016, para apenas uma neste ano

Ataque em Guaxupé deixou policial ferido

“Há uma redução drástica com relação a esse tipo de ação no nosso estado”, disse o secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco, sobre o ataque do “Novo Cangaço” a uma agência bancária de Guaxupé, no Sul de Minas. Segundo ele, em 2016, o estado registrou 252 ocorrências do tipo. Em 2024, o número caiu para um e, neste ano, é o primeiro caso.

A população, de aproximadamente 50 mil habitantes, foi acordada nesta terça-feira (8) por intensos tiroteios e explosões no centro da cidade. Um grupo de criminosos atacaram um quartel da Polícia Militar, a base da Guarda Municipal e e explodiram uma agência da Caixa Econômica Federal. Na ação, um PM ficou ferido por estilhaços de vidro da porta do quartel.

Greco explica que o “Novo Cangaço” é formado por criminosos de todo o país, que escolhem uma cidade-alvo, geralmente pequena, para atacar.

“Essa denominação de ‘Novo Cangaço’ vem daquilo que Lampião fazia no Nordeste. Lampião era é um covarde, um criminoso e é cantado em verso e prosa no Brasil inteiro. E qual era o projeto do Lampião? Entrar nas cidades pequenas, do interior, que tinham um número reduzido de policiais, e lá cometer todo tipo de crime. É isso o que acontece com o ‘Novo Cangaço’. Eles escolhem cidades pequenas, onde tem menos guarnições policiais, porque eles são covardes. Eles não querem confronto”, detalha a ação dos criminosos.
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Ainda segundo o secretário, o combate a esse tipo de crime passa pela integração das forças de segurança de todo o país.

“Eles (criminosos) não estão concentrados em São Paulo, Rio de Janeiro ou Minas Gerais. Eles se reúnem para a prática do ‘Novo Cangaço’. São peões, na verdade, que vem do Brasil todo. Por isso, é importante a nossa integração e ela deve ser feita em nível nacional”, afirma.

“A população de Minas Gerais deve confiar e acreditar na segurança pública. Na mesma forma que aconteceu em 2021, em Varginha, que policiais conseguiram inibir essa ação, isso tem que acontecer sempre. A segurança tem que ser incentivada a agir para não acontecer casos como esse”, lembrando o ataque do ‘Novo Cangaço’ em Varginha, em 2021, no qual 26 criminosos morreram.

Ataque a Guaxupé

Segundo a Polícia Militar, a ação começou por volta de 1h45 da madrugada desta terça-feira (8), na avenida Doutor João Carlos, nº 55, no Centro da cidade.

“Indivíduos armados efetuaram diversos disparos de arma de fogo e uso de explosivos contra uma agência bancária, invadindo o local. Até o momento, não há confirmação oficial sobre subtração de valores. Aguarda-se perícia da Polícia Federal”, diz nota da PM.

Ainda conforme a PM, simultaneamente ao ataque à agência bancária, outros indivíduos dispararam contra a edificação do quartel da Polícia Militar e da base da Guarda Municipal. “Um policial militar que estava no interior do quartel, sofreu um ferimento na mão causado por estilhaços de vidro”.

As informações iniciais indicam, ainda, que os autores utilizaram cerca de cinco veículos na ação criminosa.

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.