A reunião reivindicada pelos moradores afetados pela construção da linha 2 do metrô de Belo Horizonte aconteceu nesta quarta-feira (19), na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul da capital mineira.
O encontro teve a participação de moradores da região Oeste da cidade, afetados pela construção, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Ministério Público estadual, a Secretaria Estadual de Infraestrutura, e a empresa Metrô BH, concessionária que administra o serviço.
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As famílias reivindicam melhores condições para deixarem suas casas e pedem uma indenização maior do que a de R$ 10 mil, proposta pela empresa. O resultado foi o agendamento de uma nova reunião, mediada pelo Ministério Público, para que as negociações entre os atingidos, a Metrô BH e o Governo de Minas comecem de fato.
Polianne Furtado, uma das afetadas e representante dos moradores, diz que saiu do encontro com um sentimento de vitória.
“A gente sai muito satisfeita dessa mesa e com a esperança de que dessa vez vai dar certo. A reivindicação era que as indenizações estavam muito abaixo do ideal. Nenhuma família conseguiria comprar um novo imóvel com este valor que estavam oferecendo. A forma com que a Metrô HB também vinha tratando as famílias não estava legal, uma falta de respeito e comunicação. Hoje, sentimos uma firmeza. Não quer dizer que está garantido, mas esperamos que daqui para frente seja diferente”, disse.
Segundo a representante, a próxima reunião para discutir o assunto foi marcada para daqui a 15 dias. Ela e o restante dos moradores esperam ansiosos para que o resultado seja positivo mais uma vez.
“A partir dali vai acontecer o melhor para todos, né? Eu senti confiança na Metrô BH e no Governo para isso acontecer. Que eles não nos decepcionem. Eles já deram um parecer para algumas reivindicações de coisas mais urgentes, como pessoas que já estão na rua ou que a casa caiu por causa das obras. Foi favorável em vários pontos e eles se disponibilizaram a fazer imediatamente”, comentou Polianne.
Pedro Bruno, secretário de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias, também celebrou a reunião e disse estar “muito satisfeito”.
“A gente sai daqui com o compromisso do diálogo. O metrô já é uma realidade. As obras de expansão da linha 1, de construção da linha 2, as reformas das estações... as obras já estão a todo vapor. A gente quer que o metrô seja uma referência, não só em mobilidade, mas em todas as dimensões, dentre elas o tratamento digno com as famílias. Então, eu saio muito otimista”, afirmou.
De acordo com o secretário, a questão dos valores das indenizações não chegou a ser tema da reunião desta quarta. O assunto será debatido nos próximos encontros.
Antes do encontro, houve uma confusão na porta do BDMG porque vários moradores queriam entrar, mas foram barrados. Apenas dois representantes puderam acompanhar a reunião. A polícia militar acompanhou a situação, que acabou se resolvendo.