Estudo desenvolvido em Montes Claros, no Norte de Minas, e divulgado pela Academia Nacional de Ciências dos EUA, mostra que macacos-prego encontrados em MG chegaram a estágio evolutivo semelhante ao atingido há 3,3 milhões de anos por ancestrais do Homo sapiens.
A descoberta, feita por pesquisadores da Universidade Estadual de Montes Claros em parceria com uma equipe dos EUA, pode contribuir para estudos sobre a evolução humana - não pela destreza dos primatas, mas pela descoberta de que pedras lascadas mais rudimentares podem ser produzidas de maneira não intencional.
As lascas produzidas pelos macacos do estudo são subprodutos de um comportamento já conhecido dos macacos-prego: o de usar pedras para quebrar sementes e frutos secos.
Vale lembrar que a produção de pedra lascada é vista por alguns antropólogos como um marco crucial da sofisticação da mente dos primeiros hominídeos. No entanto, a demonstração de que as lascas podem ser produzidas de maneira não intencional coloca essa premissa em questionamento.
Evidências colocam em dúvida presença humana
A criação acidental de lascas e potenciais ferramentas de pedra já havia sido documentada também na Serra da Capivara, no Piauí, onde mora uma outra comunidade de macacos-prego selvagens.
A descoberta de que macacos da região utilizam pedras para quebrar frutos secos há pelo menos 3 mil anos contesta a hipótese de que a presença de certos objetos em sítios arqueológicos indicam a presença humana na América do Sul há mais de 10 mil anos.