Ivanildo Lopes, sócio-proprietário da empresa de limpeza urbana em que Laudemir de Souza Fernandes,
Assista a entrevista na íntegra:
Visivelmente abalado, Lopes demonstrou preocupação com o futuro da filha de Laudemir.
“Com certeza vai fazer muita falta, principalmente pela criança que ele tem para cuidar. Quem vai cuidar da filha dele agora? Só a mãe? Ele já teve que buscar a filha que teve problema com o padrasto, resgatou ela nessa semana para poder cuidar. Agora, quem vai fazer o que ele fez essa semana?” , questionou, em meio a lágrimas.
O empresário ainda questionou a frieza do suspeito,
“Isso foi uma crueldade imensa, o que aconteceu com ele. É uma frieza que a pessoa tem de cometer um crime tão bárbaro como esse e ter a frieza de ir fazer academia. É o que a gente não pode esperar de um ser humano normal. Eu não sei o que aconteceu de verdade, qual era o estado dele, se ele estava drogado, se tinha bebido, eu não sei. Acho que os exames tem que apontar isso”, afirmou Ivanildo.
Gari morto em briga de trânsito será velado nesta terça (12), em Contagem Homem suspeito de matar gari com um tiro na barriga em BH é marido de delegada da Polícia Civil Delegada esposa de suspeito de matar gari tem arma de mesmo calibre da utilizada no crime
“Não houve discussão”
Ivanildo Lopes contou que disponibilizou os advogados de sua empresa para atuarem no caso e garantiu que não houve uma briga de trânsito. Segundo ele, Laudemir tentou apaziguar a situação. De acordo com testemunhas, antes do disparo, o suspeito teria apontado a arma para a motorista do caminhão.
“O Laudenir era uma pessoa de coração gigante. Ele tentou apaziguar a situação. Aconteceu toda essa crueldade de maneira muito triste. Não precisava de discussão. A motorista do caminhão era uma mulher, uma mulher tranquila, que anda pela Cabana e todo mundo conhece ela. Todo mundo ama ela. Não é uma pessoa de discutir. Foi uma fatalidade de uma pessoa que, pra mim, não estava normal”, declarou o empresário.
Lopes afirmou, ainda, que as ameaças se deram por motivo fútil.
“Ele falou que se arranhasse o carro dele, ele iria atirar em todo mundo. Aí depois parece que ele foi para frente, volta e dá um tiro do nada. Foi um negócio sem pé e nem cabeça”, desabafou.
O crime
Segundo testemunhas, a situação teria começado quando Renê Júnior se irritou com o fato do caminhão de lixo, que estava em serviço, estar ocupando parte da rua e atrapalhando sua passagem.
A situação irritou o empresário, que teria iniciado ameaças aos profissionais, começando com a motorista do caminhão. Ivanildo Lopes contou à Itatiaia que o suspeito colocou um revólver no rosto da mulher antes de disparar contra o gari, que deixa uma filha.
“A motorista disse que a rua é larga, que ela encostou o caminhão um pouco e pediu para o rapaz, que estava em um BYD grande, passar. Só que ele já tirou o revólver, colocou na cara dela e falou que, se ela encostasse no carro dele, iria matar todo mundo”, contou o empresário.
Os garis pediram “pelo amor de Deus” para que o condutor não atirasse, mas não adiantou. “O carro já tinha passado. Aí ele saiu do carro, deu um tiro e acertou o abdômen desse gari. Ele foi socorrido para o hospital Santa Rita, mas faleceu. Agora é tentar, através de imagens de câmeras, localizar a pessoa. Coisa bárbara. A gente nunca viu uma situação dessas. Muito triste”, lamentou.
Delegada esposa de suspeito de matar gari tem arma de mesmo calibre da utilizada no crime
A delegada da Polícia Civil esposa de Renê Júnior, principal suspeito de ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes, 44 anos, na manhã desta segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte, tem uma arma de mesmo calibre da utilizada no crime.
O próprio Renê, diretor de uma rede de alimentos saudáveis, confirmou o fato durante a abordagem que resultou em sua prisão.
Momento em que suspeito de matar gari após briga de trânsito é preso em academia na Avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte
Segundo o Boletim de Ocorrência (BO) obtido pela Itatiaia, o empresário respondeu que sua esposa era delegada da Polícia Civil e que “a policial teria uma arma de fogo do mesmo calibre da que foi utilizada no homicídio”.
Ainda de acordo com o BO, uma equipe da polícia foi até a casa do suspeito e sua esposa entregou a arma “de forma espontânea”.
Renê negou ter matado Laudemir
Consta, também, no Boletim de Ocorrência que ao ser questionado sobre a participação no crime, Renê negou a autoria. “Ao ser indagado, respondeu que não participou do episódio”, cita o BO.
Além disso, o suspeito relatou que o carro que dirigia no momento do crime estava no nome de sua esposa. Foi realizada uma vistoria no veículo, mas nada de ilícito foi encontrado.