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Saiba mais sobre o ‘divórcio cinza’, prática que registra alta nos últimos anos

Série especial do Jornal da Itatiaia aborda o crescimento do ‘divórcio cinza’, fenômeno que afeta casais com mais de 50 anos e reflete mudanças sociais

O Jornal da Itatiaia inicia uma série especial de reportagens sobre o aumento no número de divórcios entre pessoas com mais de 50 anos, fenômeno conhecido como ‘divórcio cinza’ ou ‘divórcio grisalho’. Este tema ganha relevância à medida que as estatísticas mostram um crescimento constante nesse tipo de separação.

Segundo dados do IBGE, em 35% das separações no país, pelo menos um dos cônjuges tem mais de 50 anos. Este aumento reflete mudanças significativas nas dinâmicas sociais e na expectativa de vida da população brasileira.

Fatores que contribuem para o divórcio cinza

Rodrigo da Cunha Pereira, advogado e presidente nacional do Instituto Brasileiro de Direito da Família, destaca alguns motivos para o aumento dos casos: ‘Grande mudança que teve nisso é em razão da evolução do pensamento feminista. As mulheres estão se sentindo mais livres, primeiro porque estão mais no mercado de trabalho, segundo que esse preconceito vem diminuindo’.

Outro fator importante é a independência dos filhos. Muitos casais adiam a decisão de se separar por causa dos filhos, mas quando estes crescem e ganham autonomia, torna-se mais fácil para os pais considerarem o divórcio.

Experiências pessoais

A servidora pública Sônia Maria Chagas, de 59 anos, compartilha sua experiência: ‘Fiquei casada durante 17 anos de um relacionamento de 27 anos, estava muito tranquila, nossa vida estava seguindo dentro das normalidades e do nada eu fui surpreendida com o pedido de separação’.

Sônia ressalta que o processo é doloroso, envolvendo não apenas o casal, mas também filhos, familiares e amigos. No entanto, ela afirma: ‘Eu sei que é suportável. Hoje eu vejo que é plenamente suportável’.

Nova perspectiva sobre o divórcio

O advogado Rodrigo da Cunha Pereira enfatiza a importância de encarar o divórcio de forma positiva: ‘Para que o divórcio não seja uma tragédia, é preciso fazer dele um ritual de passagem, um ritual de libertação’. Ele acrescenta que o divórcio muitas vezes é a solução, não o problema.

Apesar dos desafios, muitos que passam pelo divórcio cinza mantêm uma visão otimista sobre o futuro. Como Sônia afirma: ‘Acredito nas pessoas, eu acredito no amor. Eu estou à procura do meu ainda’.

Esta série do Jornal da Itatiaia promete abordar diversos aspectos do divórcio cinza, incluindo questões legais como a pensão socioafetiva, refletindo a complexidade e a relevância crescente deste fenômeno na sociedade brasileira contemporânea.

Ita
A Ita é a Inteligência Artificial da Itatiaia. Todas as reportagens produzidas com auxílio da Ita são editadas e revisadas por jornalistas.
Mineira de Resende Costa, Campo das Vertentes. Jornalista formada pela UFSJ, já trabalhou na Rádio Emboabas de São João del-Rei. Na Itatiaia, é editora do Jornal Itatiaia Primeira Edição e do Jornal da Tarde. Além de repórter, principalmente em Cidades