Passageiros da companhia aérea Azul têm enfrentado uma série de problemas nos últimos meses, incluindo atrasos, cancelamentos e overbooking, causando transtornos e prejuízos financeiros. Os incidentes ocorreram principalmente no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins.
Bárbara Toledo, que retornava de férias do Ceará, relatou sua experiência: ‘No dia 27 de dezembro, eu tinha uma passagem de Belo Horizonte para Jericoacoara. Chegamos no aeroporto quatro horas antes para fazer o check-in, mas não conseguimos. O pessoal da Azul informou que o voo era para 180 pessoas, mas chegou uma aeronave para 167, com cinco cadeiras estragadas’. Como resultado, Toledo só chegou ao seu destino final no dia seguinte, às 10 horas da manhã, após um voo para Fortaleza e um transfer de seis horas.
Outro caso envolveu Natália, que perdeu uma importante reunião de trabalho devido à troca de última hora da aeronave. ‘Fui informada que houve uma troca de aeronave e que a nova era menor. Por isso, algumas pessoas estavam sendo remanejadas para um voo posterior’, explicou. Apesar das tentativas de explicar a importância do compromisso, Natália não conseguiu embarcar no horário previsto.
Uma terceira passageira, que preferiu não se identificar, relatou um atraso de quatro horas em seu voo de retorno de João Pessoa. ‘Só depois de muita pressão por parte dos passageiros que nos forneceram voucher de alimentação. Não deram qualquer motivo ou explicação que justificasse esse atraso tão longo’, afirmou.
Direitos dos passageiros e responsabilidades das empresas
A advogada especialista em direito do consumidor, Luciana Atheniense, esclarece que as empresas têm a obrigação de executar o serviço conforme contratado. ‘Caso ocorra algum problema, seja com atraso, extravio de mala ou perda de conexão, a empresa tem a responsabilidade não só de fornecer apoio material, mas também pode ser responsabilizada por danos morais’, explicou.
“Operando no limite”
Henrique Hacklander, diretor-presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, afirma que as empresas aéreas brasileiras estão operando no limite, tanto em termos de quantidade de aeronaves quanto de tripulação, o que contribui para os frequentes atrasos e cancelamentos.
A reportagem solicitou um posicionamento da Azul sobre os relatos de atrasos e cancelamentos, e aguarda retorno da companhia aérea.