A chuva forte que atingiu Belo Horizonte e a Região Metropolitana nessa terça-feira (23) provocou alagamentos após o transbordamento do Córrego Sarandi, em Contagem, na Grande BH. Um dos pontos mais castigados foi o bairro Alvorada, em um cenário que se repete há anos, já que com pancada de chuva no fim da tarde, o córrego transbordou na Avenida Dilson de Oliveira.
No local, a via tem placas da Defesa Civil orientando motoristas a não passarem no trecho quando chove, em função do risco. Vídeos feitos por populares mostram carros boiando e até mesmo uma caçamba foi arrastada. Vale lembrar, que a Defesa Civil de BH emitiu um novo alerta de risco geológico, em virtude dos volumes de chuvas registrados nas últimas horas e a previsão de novas chuvas até a próxima sexta-feira (27).
Em Contagem, não somente, quem mora na avenida é obrigado a viver o ciclo de juntar dinheiro durante o ano, para depois perder bens materiais com a invasão das águas do córrego em suas residências. Segundo Vander Angelo, que teve a casa invadida pela água até a cintura, ele também administra uma pequena lanchonete na garagem e perdeu praticamente tudo.
“Eu perdi quase tudo, meus freezers não estão funcionando e tá tudo na glória de Deus né? Meu portão foi arrebentado pela chuva. Todo ano é isso, agora vou ver se consigo fazer uma gambiarra, né, para eu pôr a proteção de novo e tentar ficar esperando a água abaixar. O córrego não aguenta tanta água que a gente recebe. Chega a época de novembro, vai até janeiro e é a chuva mais perigosa que tem aqui”, começou contando.
Ainda segundo Vander, nenhum obra foi feita e no local há pouca boca de lobo.
“Desse tempo aqui eu nunca vi uma obra. A água chega a um metro e vinte, eu já pedi para colocar mais boca de lobo aqui e eles não colocam. Nem na avenida não tem boca de lobo suficiente, então a água vem toda aqui para a minha porta. Fora que eu recebo aquelas coroas do cemitério que vem lá de cima, né, para tudo aqui na minha porta”, desabafou.
Vander tem uma lanchonete de onde tira seu sustento e desta vez perdeu tudo. O idoso contou que não faz ideia do prejuízo.
“Eu não tenho ideia do prejuízo, mas é muito grande, né? Perdi tudo. Perdi mantimento que mexo com comida, os freezers. Acabou tudo. Agora é sentar com a mão na consciência e tocar o barco, porque as autoridades resolvem só quando é bom para eles. Olha o tamanho da caçamba arrastada do outro lado da rua, isso não foi o ser humano, foi a potência da água arredou”, finalizou ele.
Confira as recomendações do órgão para a possível chuva de granizo:
- Tenha um lugar previsto, seguro, onde você e sua família possam se alojar no caso de chuva de granizo;
- Não permaneça em áreas abertas como campos de futebol, quadras de tênis e estacionamentos;
- Não fique no alto de morros, topo de prédios, torres de linhas telefônicas e de energia elétrica;
- Nunca se abrigue ou estacione debaixo de árvores;
- Procure estacionar em um local seguro e coberto.
Fique atento aos sinais de perigo:
- Trincas nas paredes;
- Água acumulada no quintal;
- Portas e janelas emperrando;
- Rachaduras no solo;
- Água surgindo na base de barrancos;
- Inclinação de postes ou árvores;
- Muros e paredes estufados;
- Estalos na estrutura.
Caso observe algum dos sinais, a Defesa Civil de Belo Horizonte orienta a saída imediata do imóvel e ligação para o 199. Em emergências, chame o Corpo de Bombeiros (193).
