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Filho de membro da Máfia Azul morto em emboscada da Mancha pedia para pai não ir aos jogos

José Victor Miranda, 30 anos, era motoboy e membro da organizada do Cruzeiro

José Victor Miranda, 30 anos, deixa um filho de 12 anos

Com apenas 12 anos, o filho do motoboy José Victor Miranda, 30 anos, membro da torcida Máfia Azul, temia pela vida do pai e pedia frequentemente que ele não viajasse para acompanhar jogos do Cruzeiro. A preocupação da criança foi revelada à Itatiaia por Robson Rosa da Silva, tio de José Victor. A família mora em Sete Lagoas, na região Central de Minas.

“Pedia (o pai) para não acompanhar, porque sabia como era jogo e torcida, sempre com confusão. Ele pedia para ele não ir acompanhar jogo e tal. Com certeza, ele tinha medo (de o pai morrer)”, disse Robson, que ainda falou do sentimento do sobrinho com a Máfia Azul e o clube celeste. “A paixão dele pelo Cruzeiro era muito forte”, disse.

A emboscada da Mancha Alviverde (antiga Mancha Verde) ocorreu no KM 65 da rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, em São Paulo. Outros 17 torcedores, todos do Cruzeiro, ficaram feridos, sendo três em estado grave.

José Victor foi socorrido e levado para o pronto-socorro Anjo Gabriel, em Mairiporã-SP, onde morreu. O hospital também atendeu outras 14 vítimas.

Amigo de José Victor, Caique Campelo revelou como a vítima foi agredida. “Pegaram ele de dentro do ônibus, bateram nele, tiraram a roupa dele. Ele morreu por causa das pancadas e por conta das queimaduras também. Ele queimou o corpo também. Conseguiram tirar ele do ônibus com vida”, disse.

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Rixa antiga

A rixa entre membros da Máfia Azul e Mancha Alviverde é antiga. A Itatiaia apurou que a emboscada de hoje seria uma resposta ao confronto ocorrido em setembro de 2022, na Fernão Dias, em Carmópolis de Minas, a 107 km de Belo Horizonte. Na ocasião, vários palmeirenses ficaram feridos.


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Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.