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Feche a sua janela! Entenda por que os ‘bichinhos de luz’ infestam BH na noite desta segunda (2)

A bióloga Fernanda Raggi explica quais são as causas por trás da chegada antecipada dos insetos na capital mineira neste ano

Setembro começou com infestações de ‘bichinhos de luz’ em Belo Horizonte. Um incômodo para muitos, eles se aglomeram em lâmpadas acesas, normalmente no final da tarde e início da noite. Esses insetos também são conhecidos como cupins e chamados de siriri ou aleluia.

Os ‘bichinhos de luz’, que marcam presença na capital mineira desde o final de agosto, chegaram mais cedo em 2024. Para entender o motivo dessa presença adiantada, a Itatiaia conversou com a bióloga Fernanda Raggi, professora da UniBH, que explica que o calor confunde os insetos e faz com que a espécie adiante o período de reprodução.

“O bichinho de luz é um cupim de asa que se reproduz nesta época do ano, mais ou menos de setembro até janeiro, entre a primavera e o verão. Só que eles precisam de uma temperatura mais quente e umidade para se reproduzir. As altas temperaturas e as mudanças climáticas extremas facilitam demais o metabolismo deles para reprodução. E as nossas casas ficam mais úmidas, mesmo com esse calorão. É a combinação da umidade de ambientes mais escuros com as altas temperaturas que antecipou o período de reprodução.”

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Além disso, Raggi explica o motivo dos animais voarem perto das lâmpadas. “O voo deles é orientado pela luz da lua, mas quando a gente acende uma luz incandescente, por exemplo, eles não vêm atraídos especificamente pela luz, mas também pelo calor. Essa luz das lâmpadas acaba desnorteando eles nesse voo”.

Apesar do incômodo, os bichinhos de luz não representam riscos para a saúde humana. Mesmo assim, eles podem causar problemas em móveis de madeira. Para evitar a dor de cabeça em casa, é recomendado que as luzes do imóvel sejam apagadas e as janelas fechadas antes da entrada dos insetos.

Muitas pessoas acreditam que a presença dos bichinhos de luz é um indicativo de chuva, o que causa confusão com a ‘invasão’ dos insetos neste início de setembro, tendo em vista que BH registra mais de 135 dias sem chuva. A professora explica que essa crença popular está correta e que os animais costumam aparecer em períodos de chuva, pois a reprodução deles é orientada pela umidade.

No entanto, Fernanda Raggi acrescenta outras hipóteses: “do jeito que a gente está, pode indicar que a temperatura vai cair e fique um pouco mais úmido, ou que o calorão está tão intenso que eles estão vindo também”.


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Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.
Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.