O homem que
O criminoso estava junto com a companheira Diana Ribeiro de Almeida Oliveira, de 37 anos, há 21 anos. O casal tem três filhos juntos. Segundo Macio, os dois estavam separados há apenas 15 dias e teriam combinado de conversar nesta terça a noite para decidir os rumos da separação.
Porém, ele afirma que após descobrir que Diana havia passado a noite fora de casa, ele decidiu matá-la.
“O que eu fiz com ela foi uma coisa de momento, não tinha nada premeditado. Nós demos um mês de prazo para a gente voltar. A gente marcou de conversar com a família hoje à noite. Aí ontem à noite, eu liguei para a minha filha e ela falou que minha esposa não tinha voltado para casa porque ela tinha dormido fora. Por isso, eu fui lá em casa hoje de manhã, e também para tomar minha insulina, e encontrei ela no caminho”, afirma.
Diana foi morta enquanto estava a caminho da padaria onde trabalha. O marido dela conta que tentou conversar com ela, mas após ela o rejeitar mais uma vez, ele a esfaqueou. À reportagem, o criminoso ainda alegou que Diana já havia traído ele quatro vezes, mas que ele a teria perdoado.
“Eu parei o carro e perguntei para ela: ‘quer que eu acompanhe você até a padaria?’. Ela falou: ‘pode acompanhar, mas eu não vou entrar no carro’. Eu falei com ela que a gente já tinha combinado de voltar daqui um mês, e isso foi palavra dela. Eu falei odiando: ‘já que você quer se separar, então pede logo a separação no papel. Mas antes de chegar esse dia, eu tô de braços abertos pra te receber, porque sempre te amei e não tem motivo nenhum pra gente separar’. Aí ela falou: ‘Eu nem separei e já vou voltar? Eu vou ficar um tempo sozinha e aí nós vamos decidir. De repente me deu uma cegueira...”, disse.
Autor ameaçou esposa após a separação
Apesar de dizer que não havia ameaçado a esposa,
Márcio afirma que pretendia se entregar após três dias, a tempo do flagrante expirar. Porém, acabou sendo encontrado horas após o crime. Ele recebeu a ajuda de um irmão para fugir e estava escondido na casa de um tio, no bairro Vila Samara, em Contagem. As irmãs dele, no entanto, ficaram revoltadas com o crime e ajudaram a polícia a localizá-lo.
Crime foi premeditado, diz delegado
De acordo com o delegado Marcos Rios, da Delegacia de Homicídios de Ribeirão das Neves, Márcio disse que estava arrependido, mas suas atitudes não condizem com o que ele diz sentir.
“Ele verbalizou arrependimento, mas está bem tranquilo nas falas. Ele confessou os fatos, procurou apresentar motivação, se justificar. Realmente a motivação apresentada é a típica de crime de feminicídio, imputando responsabilidade a vítima por supostas traições, e por, apesar das traições perdoadas, ela querer terminar o relacionamento. Então, é o caso típico de feminicídio. Há um desprezo da figura feminina em achar que é proprietário da mulher”, afirma o delegado.
Rios ainda diz que, ao contrário do que alega o motorista de aplicativo, o crime não foi cometido por impulso.
“Parece que ele apenas exteriorizou um sentimento que ele já tinha. Inclusive, ele já tinha verbalizado isso bem antes para a família e para a própria vítima, de que se ela não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém. Há uma certa frieza nesse momento por não ser algo de impulso. Dá a impressão de que já era algo estabelecido na mente dele, caso não conseguisse reatar o relacionamento. É um crime premeditado”, afirma.
Márcio Ribeiro de Sousa Oliveira será indiciado por homicídio qualificado, pelo agravante de feminicídio, e está a disposição da Justiça. A Polícia Civil afirma que espera que a prisão seja convertida em preventiva em audiência de custódia.