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Empresária é suspeita de ser ‘cabeça’ de esquema que desviou mais de R$ 35 milhões e incluía viagens a Dubai

As investigações começaram depois de um grupo empresarial denunciar o crime vindo de uma sócia

Joias apreendidas em esquema que desviou mais de R$ 35 milhões na Grande BH

Uma empresária de Belo Horizonte foi presa nesta terça-feira (25) suspeita de participação em um esquema criminoso que desviou mais de R$35 milhões e incluía viagens a Dubai para lavagem de dinheiro.

Na chamada ‘Operação Dubai’, deflagrada pela Polícia Civil, foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária e outros 17 de busca e apreensão na cidade de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Durante o cumprimento dos mandados a PC também apreendeu dinheiro, joias, pedras preciosas, documentos e computadores em 13 imóveis visitados.

O alvo principal da operação é Samira Bacha Rodrigues, de 40 anos. De acordo com as investigações ela era a “cabeça”, ou seja, mentora intelectual do esquema.

As investigações começaram depois que um representante legal de um grupo empresarial, de três empresas que trabalham com cartões de benefícios, cartões de créditos e antecipação de recebíveis, procurou o Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes e denunciou um desvio no grupo, que teria sido cometido por uma sócia, Samira.

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Desvios e Dubai

Cerca de um mês após o início dos levantamentos, inclusive com a coleta de informações em auditoria da empresa, policiais civis identificaram que os valores desviados teriam sido convertidos ou ocultados em bens de luxo, como carros, viagens internacionais, joias e metais preciosos.

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (26), o delegado Alex de Freitas Machado disse que Samira comprava joias e outros bens de alto valor, como bolsas e relógios caros, para lavar o dinheiro desviado. Ela também passou a fazer várias viagens para Dubai com o mesmo objetivo. ‘Nós obtivemos documentação, de que ela fez compras em Dubai de 150 e 180 mil dólares’, explicou Machado.

Nas viagens a Dubai, a suspeita de ser mandante do esquema trouxe várias joias e se associou com uma joalheria na região de Nova Lima.

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Esquema

A suspeita teria cooptado funcionários do grupo empresarial para falsificar documentos, planilhas, informações e saldos bancários, resultando em um desvio de aproximadamente R$35 milhões.

‘Ela conseguiu convencer esses funcionários, que alegaram que só fizeram isso por obediência hierárquica, a centralizar nela o poder de conhecimento e decisão de tudo que acontecia na empresa’, conta o delegado.

Em um primeiro momento, a suspeita teria devolvido ao grupo cerca de R$ 4 milhões em bens de alto valor, além de R$ 800 mil por meio de Pix, após ser confrontada pelas vítimas. Posteriormente, a mulher passou a negar o crime e ocultar o restante desviado, além de coagir testemunhas relacionadas com a investigação.

As investigações apontam que Samira comprava e lucrava com os cartões de créditos da empresa. Quando chegava a fatura ela mandava cancelar essa fatura e renovar o crédito.

‘Nós verificamos que ela não conseguia comprovar a origem desse material, não tinha sequer uma nota fiscal para se apresentada para os policiais’, conclui o delegado da PC.

Além de Samira, a polícia prendeu a mãe, o pai dela, o marido, os irmãos, além da dona de uma joalheria em Nova Lima. Os investigados podem responder por estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.


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Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde