A Polícia Civil confirmou, nesta quinta-feira (23), que o principal suspeito de incendiar a casa e matar o delegado Hudson Maldonado Gama, de 86 anos, no bairro CDI II, em Sete Lagoas, na região Central de Minas Gerais, é um ex-policial expulso da corporação há 18 anos. Até o momento, ele não foi preso e continua sendo procurado.
“A suposta motivação do crime seria sua exclusão do quadro da instituição por meio de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) face à prática de transgressão disciplinar de natureza grave, tendo em vista que a vítima participou do procedimento à época”, informou.
Hudson Maldonado, depois de se aposentar, atuava como advogado na cidade. A Itatiaia apurou que o crime pode ter relação com um processo criminal em que ele atuava. Hudson chegou a defender uma mulher que estava presa por tráfico de drogas. O policial civil teria procurado Hudson oferecendo dinheiro e pedindo para alterar um depoimento da suspeita de tráfico. Hudson, então, denunciou o policial à Corregedoria, o e a investigação continuou até a exoneração deste policial há 18 anos.
Como ocorreu a identificação do suspeito
A cuidadora do idoso, que foi abordada pelo criminoso, relatou que o criminoso era um homem de 40 anos, pardo, aproximadamente 1,80 metros, que vestia um possível colete preto com alças e capacete.
Segundo o boletim de ocorrência, a polícia teve acesso às imagens do sistema de monitoramento da casa e, após visualização do vídeo, “alguns policiais alegaram que o autor se parecia muito com o suspeito. Insta informar que o referido suspeito fez parte das fileiras da polícia civil o qual foi excluído há aproximadamente 18 anos.”
Diante disso, policiais mostraram a fotografia do suspeito à testemunha, que identificou o suspeito de imediato.
Como o crime aconteceu
De acordo com o registro, o homem chegou na residência, que fica na avenida Irmã Flávia, no bairro CDI II, dizendo que ia fazer uma entrega. “Por volta das 11 horas, um indivíduo interfonou apresentando-se como entregador da farmácia e que teria uma encomenda para o dr. Hudson, que relutou a abrir o portão”, disse o boletim.
A cuidadora contou à polícia que, ao atender, foi ameaça com os seguintes dizeres: “abre aqui se não vou te matar”. Com medo, ela abriu o portão. Depois, o autor ainda acrescentou: “meu problema não é com você, sai daqui,
Hudson estava com a saúde debilitada em função de um AVC, que teve há seis meses, por isso não conseguiu sair e morreu carbonizado.
A perícia e uma equipe de policiais compareceram ao local para identificar e coletar vestígios. “O corpo da vítima foi encaminhado ao Posto Médico-Legal (IML) do município, onde passou por exame de necropsia e, em seguida, foi liberado aos familiares”, disse a PC.