Minas Gerais tem registrado uma média de 12 casos de leptospirose por mês, totalizando 120 infectados até o momento, com sete mortes confirmadas. A doença, que é transmitida principalmente pela urina de roedores, como ratos, é mais comum no período chuvoso. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado, é nesse período que as pessoas devem redobrar os cuidados, já que a água da chuva acumulada e as enchentes favorecem a disseminação da doença.
Max Assunção, referência técnica para o diagnóstico laboratorial de leptospirose da Fundação Ezequiel Dias (FUNED), alerta para o risco aumentado nos ambientes urbanos. “Durante o período de chuvas, a questão das enchentes se torna um fator de risco. Como o roedor é o principal reservatório, a urina contaminada desses animais, que está nas galerias e em outros reservatórios, se espalha facilmente. Outros animais também podem contribuir para a transmissão, especialmente se houver contato direto com eles”, explica.
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Sintomas e cuidados
A leptospirose apresenta sintomas variados, e, felizmente, a maioria dos casos são leves. Os sintomas iniciais incluem dor de cabeça, dores musculares (mialgia), febre e vômitos. Em casos mais graves, pode ocorrer icterícia (amarelamento da pele), comprometimento respiratório e até falência pulmonar, que podem evoluir para o óbito.
Assunção alerta para a importância de ficar atento a qualquer sinal de infecção, especialmente após o contato com água ou lama de enchente. “O período de incubação da leptospirose não é imediato. A manifestação dos sintomas pode ocorrer de 5 a 30 dias após o contato com a situação de risco, como as enchentes”, destaca. Caso os sintomas apareçam, é fundamental procurar um centro de saúde ou unidade de atendimento básico para avaliação médica, onde o profissional irá investigar a possibilidade de leptospirose, coletando amostras para diagnóstico laboratorial.
Tratamento e prevenção
Embora os casos mais leves possam se curar espontaneamente, alguns casos evoluem para formas graves e exigem internação. A boa notícia é que existe tratamento com antibióticos, além de medidas de suporte, como cuidados respiratórios, de acordo com a gravidade de cada paciente.
A principal forma de prevenção é evitar o contato com águas ou lama contaminada. Caso o contato seja inevitável, é fundamental tomar medidas de proteção, como o uso de botas e luvas. Se esses itens não estiverem disponíveis, recomenda-se o uso de sacos plásticos amarrados nos pés para criar uma barreira de proteção. Após o contato, é importante lavar bem o corpo, os pés e qualquer alimento que tenha tido contato com a água ou lama das enchentes.
A prevenção continua sendo a melhor forma de combater a leptospirose, especialmente durante o período de chuvas, em que as enchentes se tornam um cenário de risco para a população.