A Vale anunciou que concluiu a descaracterização da barragem B3/B4, localizada na Mina de Mar Azul, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a empresa, essa foi a primeira barragem a ser descaracterizada após entrar em nível máximo de emergência. Ao todo, foram removidos 3,3 milhões de metros cúbicos de rejeito.
Em 2019, mais de 100 famílias da comunidade de Macacos, em Nova Lima, tiveram que deixar suas casas sob o perigo de rompimento da barragem. A B3/B4 havia sido construída a montante, assim como a barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, que se rompeu em 2019, deixando 270 pessoas mortas.
Agora, a Vale garante que não há mais riscos associados a estrutura da B3/B4. Por causa dos danos aos moradores de Macacos, em dezembro de 2022, a empresa acordou em pagar R$ 500 milhões para reparar os impactos na comunidade.
A Vale afirma que, para garantir a segurança de moradores e funcionários, realizou a maior parte das operações de descaracterização de forma remota.
“No processo de descaracterização, utilizamos em larga escala equipamentos não tripulados controlados por um centro de operações localizado a cerca de 15 quilômetros da barragem, resultando na remoção de um volume de rejeitos de 3,3 milhões de metros cúbicos. Essa estratégia operacional inovadora foi essencial para eliminar a presença de trabalhadores na barragem até que as condições de segurança adequadas fossem alcançadas”, informou Alexandre Pereira, Vice-Presidente Executivo de Projetos da Vale.
A primeira foto foi tirada em 2019; a segunda é de 2024 e mostra como a barragem está após ser descaracterizada
Apesar do processo de descaraterização ter chegado ao fim, as obras na barragem B3/B4 não acabaram. A estrutura ainda passará por obras complementares de reconformação do terreno, implantação de sistema de drenagem e revegetação.
A empresa também começará as obras para retirar a Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ), construída no Ribeirão Macacos, para minimizar os riscos para a população, caso houvesse algum acidente na barragem B3/B4 durante as obras de descaraterização. A Vale diz que espera reintegrar a área no entorno da estrutura, diminuir seu impacto visual e recompor a topografia original da área.