A Polícia Civil indiciou, na segunda-feira (2), três homens de 20, 28 e 31 anos, que tentaram matar um motorista do ônibus da linha 8207 (Estrela Dalva/Maria Gorete) no último dia 30 de agosto, em Belo Horizonte. Apesar de terem sido indiciados pelo crime de tentativa de homicídio, os três suspeitos seguem em liberdade.
No dia do crime, os três suspeitos entraram pela porta de trás para não pagar passagem (“pulão”). A porta acabou esbarrando em um deles enquanto fechava, o que teria irritado um dos suspeitos, que acabou ameaçado o motorista. Pouco depois, o homem de 28 anos pula a roleta e vai em direção a vítima, sendo acompanhado pelo jovem de 20 anos. Veja o vídeo:
Ainda dirigindo, o motorista é agredido com dois socos, mas não reage. Pouco depois, ele tenta pegar um canivete para se defender, mas sem sucesso. Enquanto isso, um dos passageiros que desceu do ônibus pede socorro ao motorista de outro veículo, que resgata o colega e o impede dele ser morto com o mata-leão. A vítima teve traumatismo craniano e vários ferimentos no rosto, braços e mãos, ficou internada e precisou trocar de linha para voltar ao trabalho.
De acordo com a investigação, os três suspeitos tinham o costume de entrar no ônibus pela porta de trás e ameaçar os motoristas, argumentando que “moram na favela e têm acesso a armas”. Segundo informações, eles “davam pulão” no ônibus para irem trabalhar em um lava-jato na região do bairro Buritis.
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Eles foram indiciados por tentativa de homicídio, mas não estão presos, pois não foram flagrados cometendo o crime. O trio se apresentou junto com um advogado, apresentaram residência fixa e trabalho formal. A Polícia Civil pediu a prisão preventiva dos suspeitos, que será analisada pela Justiça.
O suspeito de 31 anos possui antecedentes policiais pelos crimes de tráfico de drogas, roubos majorados, corrupção de menores, furtos, porte de drogas para uso pessoal. Já o homem de 28, parente do primeiro suspeito, já tem passagens por tráfico de drogas, roubo majorado, corrupção de menores, posse ilegal de arma de fogo, lesões corporais, exercício ilegal da profissão e receptação. O jovem de 20 anos já teve passagem por furto.
Posicionamento
Em nova, o advogado Eduardo Valério de Jesus, que representa os três indiciados, negou que os suspeitos tinham o costume de “dar pulão” no ônibus e argumentou que eles só entraram pela porta de trás, pois o coletivo estava cheio, mas iriam até a catraca para pagar a passagem logo depois. O desentendimento entre os suspeitos e o motorista teria ocorrido, na verdade, porque o condutor fechou a porta no momento em que uma idosa descia do ônibus, quase jogando-a no chão.
“Outros passageiros também manifestaram verbalmente sua insatisfação com as ações do motorista, que durante o percurso abriu a porta duas vezes com veículo em movimento, sendo que os indiciados quase foram jogados do ônibus em movimento, o que acirrou os ânimos entre todos os envolvidos”, argumenta o advogado.
O defensor ainda afirma que o motorista mentiu ao dizer que foi esfaqueado, mas na verdade teria sido mordido nos braços por um dos suspeitos, na tentativa de desarmá-lo. O advogado alega que não teve acesso ao exame de corpo de delito dos suspeitos e que o motorista não passou por esse exame, que seria obrigatório. “O único erro de um dos meus constituídos foi de desferir um soco no motorista, sendo que, após este soco, o motorista já de posse de uma faca, desferiu diversos golpes contra os indiciados sendo todos hospitalizados e com atestado médico superior a trinta dias”, explica Eduardo.
