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‘O que está em jogo é o próprio sentido de soberania’, diz Tarcísio sobre operação no Rio

Foi a primeira vez que o governador de São Paulo se manifestou publicamente a respeito da megaoperação na capital fluminense

Tarcísio de Freitas, governador do estado de São Paulo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou, na noite dessa quarta-feira (29), pelas redes sociais, que ‘o que está em jogo é o próprio sentido de soberania’, em referência à megaoperação no Rio de Janeiro, a mais letal do Brasil, que contabiliza 121 mortos, até agora.

Foi a primeira manifestação pública de Tarcísio sobre a operação deflagrada na última terça (28). De acordo com o governador paulista, ‘o que estamos vendo no Rio de Janeiro expõe a dimensão de um problema que, há décadas, só se agrava’ e ‘não há solução simplista’.

“Temos afirmado que a atuação do crime organizado é, hoje, o principal risco ao Brasil, maior até do que o risco fiscal. O que estamos vendo no Rio de Janeiro expõe a dimensão de um problema que, há décadas, só se agrava: o avanço do tráfico de drogas e a força de um poder paralelo que afronta a lei, ameaça a vida e expulsa o Estado da vida do cidadão”, escreveu ainda Tarcísio.

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Segundo o governador de São Paulo, ‘não há solução simplista. Não é mais admissível que cidadãos sejam obrigados a abandonar suas casas ou seus negócios por ordem de criminosos. Tampouco é aceitável a existência de barricadas que delimitam territórios onde traficantes se tornam soberanos, impondo e vendendo produtos e serviços que deveriam ser de livre escolha de qualquer pessoa’.

Tarcísio de Freitas ainda apoiou o governador do Rio, Cláudio Castro (PL). “A pergunta que fica é: que país queremos deixar para nossos filhos e netos? Minha solidariedade ao governador Cláudio Castro, às famílias dos policiais que tombaram heroicamente em combate e à população que sofre as consequências dessa violência desmedida”.

Leia a postagem na íntegra

“Temos afirmado que a atuação do crime organizado é, hoje, o principal risco ao Brasil, maior até do que o risco fiscal. O que estamos vendo no Rio de Janeiro expõe a dimensão de um problema que, há décadas, só se agrava: o avanço do tráfico de drogas e a força de um poder paralelo que afronta a lei, ameaça a vida e expulsa o Estado da vida do cidadão.

Não há solução simplista. Não é mais admissível que cidadãos sejam obrigados a abandonar suas casas ou seus negócios por ordem de criminosos. Tampouco é aceitável a existência de barricadas que delimitam territórios onde traficantes se tornam soberanos, impondo e vendendo produtos e serviços que deveriam ser de livre escolha de qualquer pessoa.

Não se pode imaginar que esses criminosos não sabem o que fazem ou que são vítimas da sociedade. Eles impõem o terror, atacam agentes de segurança do Estado, escravizam pessoas e levam dor e sofrimento a inúmeras famílias.

O enfrentamento exige presença, integração, inteligência e coragem. E é fundamental lembrar a dimensão territorial do problema. Clausewitz dizia que uma guerra só é vencida quando o território é conquistado, o poder militar é destruído e a vontade é subjugada.

As armas e drogas comercializadas no país, em sua grande maioria, não são produzidas aqui. Então, como chegaram às comunidades do Rio? Por onde entraram? Isso evidencia o quanto o Estado tem falhado na vigilância de suas fronteiras.

Também é necessário avançar no combate à lavagem de dinheiro e no financiamento do crime. Por que é tão fácil operar ilegalmente no setor de combustíveis? E por que ainda não aprovamos regras mais duras para o devedor contumaz?

Cooperação e compartilhamento de informações são fundamentais. O que está em jogo é o próprio sentido de soberania. O Estado precisa retomar seu papel e devolver às pessoas o direito de viver com segurança e dignidade.

Isso só será possível com convicção, liderança e vontade. A pergunta que fica é: que país queremos deixar para nossos filhos e netos? Minha solidariedade ao governador Cláudio Castro, às famílias dos policiais que tombaram heroicamente em combate e à população que sofre as consequências dessa violência desmedida.”

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Yuri Cavalieri é jornalista e pós-graduando em política e relações internacionais. Tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. É correspondente da Itatiaia em São Paulo. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, na capital paulista, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band.