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Veja o que o idealizador do ‘Tropa de Elite’ disse sobre a megaoperação contra o CV

Rodrigo Pimentel analisou a megaoperação contra o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro

Governo do Rio de Janeiro confirmou 121 mortes na megaoperação contra o Comando Vermelho (CV)

O ex-campeão do Bope, Rodrigo Pimentel, comentou sobre a megaoperação contra o Comando Vermelho, realizada na última terça-feira (28), no Rio de Janeiro, e terminou com mais de 130 mortos.

Em entrevista à CNN Brasil, Pimentel, idealizador do filme “Tropa de Elite”, afirmou que o ganho das organizações criminosas vai muito além das drogas hoje em dia.

“Existe também uma verdade que ninguém comenta: essas facções não sobrevivem mais de maconha e cocaína; elas sobrevivem da exploração do território. Isso inclui o cigarro paraguaio, o sinal de TV e internet do Comando Vermelho, que é o CVNET, o botijão de gás superfaturado, a extorsão à padaria, a extorsão ao açougue e a extorsão ao vendedor de churrasco. Há duas semanas, um jovem que vendia churrasco em Fortaleza foi assassinado porque não pagou R$ 1 mil da caixinha do Comando Vermelho no bairro”, disse Pimentel, que criticou o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, o qual argumentou que a segurança é dever dos estados.

Guerra civil

Rodrigo Pimentel também destacou a magnitude do conflito no Rio de Janeiro.

“O Brasil precisa entender que não se trata mais de uma ação policial em busca de bandidos. É, de fato, um conflito armado não internacional, é quase uma guerra civil”, declarou Pimentel.

A operação

A chamada ‘Operação Contenção’ tinha como objetivo enfraquecer o Comando Vermelho, a principal facção criminosa do Rio e a que mais se expandiu nos últimos anos, segundo as autoridades.

As forças de segurança invadiram os complexos de favelas do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, considerados bases centrais do Comando Vermelho.

Recentemente, esta facção superou as milícias em extensão territorial, embora a hegemonia do crime organizado siga em disputa no Rio, segundo especialistas.

Mortos e presos

O governo do estado registrou até agora 121 mortos, embora a Defensoria Pública estadual tenha reportado 132 à AFP.

As autoridades do Rio informaram, ainda, a detenção de 113 pessoas. No total, foram apreendidos 91 fuzis.

Também foi apreendida “uma quantidade enorme de drogas”, disse o governador Cláudio Castro (PL) na terça-feira. No entanto, até o momento não foram informados nem a quantidade, nem o tipo de entorpecentes confiscados.

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Graduado em Jornalismo e Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Atuou como repórter das editorias de Política, Economia e Esportes antes de assumir o cargo de chefe de reportagem do portal da Itatiaia.