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Megaoperação no Rio: mineiro que atua como líder do CV fugiu um dia antes, dizem fontes

‘Marcelinho Pisca-Pisca’ teria recebido informações privilegiadas; ‘Al Capone’ outra liderança mineira do Comando Vermelho, foi preso na operação

Marcelo Jaime Gonçalves, vulgo “Marcelinho Pisca-Pisca”

O traficante mineiro Marcelo Jaime Gonçalves, vulgo “Marcelinho Pisca-Pisca”, conseguiu deixar o Complexo da Penha na noite anterior a megaoperação realizada nessa terça-feira (28), contra a facção Comando Vermelho (CV), nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, apontam fontes ouvidas pela Itatiaia. O criminoso teria ido se esconder no Morro da Mangueira.

Segundo apurado pela reportagem, existe a suspeita de que o homem, que é líder de um braço do CV em Minas Gerais, recebeu informações privilegiadas acerca da ação policial.

Marcelinho Pisca-Pisca, que atuava no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte, esteve preso até 2022, quando recebeu um benefício de saída temporária no final do ano e nunca mais foi visto pelas autoridades. Ele fugiu para o Rio de Janeiro, onde se tornou figura importante na hierarquia da facção.

Segundo fontes da segurança pública, “Pisca” faz parte do Conselho Permanente do Comando Vermelho de Minas. O conselho é formado por 13 membros do CV e funciona como uma diretoria da facção.

O traficante é conhecido pela agressividade e participação em combates armados, sendo muito temido por seus rivais. Além disso, é apontado como um dos três criminosos mais perigosos e procurados de Minas Gerais.

A informação é de que há criminosos mineiros entre os presos e mortos, mas o trabalho de identificação ainda deve perdurar por dias.

Policiais escoltaram ‘Marcelinho Pisca-Pisca’ em ‘saidinha’

Na ocasião em que Marcelinho Pisca-Pisca deixou a cadeia para uma saída temporária e nunca mais voltou, o homem chegou a ser escoltado por agentes de segurança. Ele deixou a Penitenciária de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, em dezembro de 2022. Pelo menos seis pessoas foram presas menos de um ano depois.

Segundo a Polícia Civil, seis pessoas participaram da operação de escolta do traficante, que atua nas regiões do Barreiro e Oeste de BH: três investigadores de polícia da ativa, um investigador aposentado, um guarda municipal de Belo Horizonte e um sexto suspeito que não é ligado à segurança pública. Todos eles teriam escoltado Marcelinho Pisca-Pisca, que corria o risco de ser executado. Ele deixou o presídio sob provocações de rivais.

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Em resposta, a Polícia Civil deflagrou a Operação Guarda Costas, que cumpriu seis mandados de prisão contra os policiais envolvidos na escolta ao traficante. Além disso, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em Contagem, também na Grande BH. Durante a operação, foram apreendidos R$ 200 mil em dinheiro, documentos de identidade falsos e duas armas de fogo em situação irregular. Um dos envolvidos acabou sendo preso em flagrante por lavagem de dinheiro.

Pisca-Pisca é um dos nomes envolvidos na “Guerra da Vila da Paz”, que matou dezenas de pessoas entre 2022 e 2023. A disputa envolve criminosos da Vila da Paz, em Contagem, e da Vila Joana Darc, no Barreiro. Na semana passada, a Polícia Civil realizou uma outra operação relacionada a disputa pelo tráfico de drogas na região.

Imagens mostram traficante saindo de presídio em Ribeirão das Neves

‘Al Capone’ é preso em operação

Alberto Coelho, vulgo “Mantena” ou “Al Capone”

A Itatiaia apurou, ainda, que outro traficante mineiro, Alberto Coelho, de 50 anos, que teria o vulgo de “Mantena” ou “Al Capone”, foi preso durante a megaoperação.

O criminoso é de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, região de forte influência do Comando Vermelho.

Ele também é parte do Conselho Permanente do Comando Vermelho de Minas Gerais.

Número de mortos sobe para 121

O governo do Rio de Janeiro atualizou, no início da tarde desta quarta-feira (29), o número de mortos na megaoperação realizada nessa terça: são 121 mortos, sendo quatro policiais e 117 suspeitos, segundo o secretário da Polícia Civil, o delegado Felipe Curi.

Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.
Maic Costa é jornalista, formado pela UFOP em 2019 e um filho do interior de Minas Gerais. Atuou em diversos veículos, especialmente nas editorias de cidades e esportes, mas com trabalhos também em política, alimentação, cultura e entretenimento. Agraciado com o Prêmio Amagis de Jornalismo, em 2022. Atualmente é repórter de cidades na Itatiaia.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.
Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.