A Justiça Federal de Minas Gerais condenou o médico
Só no Instagram, a publicação já tinha mais de 62 mil visualizações. Segundo o juiz, as afirmações do médico não têm base científica e podem colocar em risco mulheres que deixarem de fazer o exame devido à desinformação. Ele também está proibido de publicar novos conteúdos com informações falsas sobre mamografia.
O registro de Mattos, de número 79768-MG, está ativo desde 7 de junho de 2019. Ele também possui registro de atuação no estado de São Paulo, que é sua
Em um de seus vídeos, Lucas respondeu a uma pergunta sobre uma pessoa que disse ter dois cistos nos seios e que fazia acompanhamento, mas queria saber “o que poderia fazer para acabar [com os cistos]”.
“Ficar fazendo mamografia? Uma mamografia gera uma radiação para a mama equivalente a 200 raios-X. Isso aumenta a incidência de câncer de mama, por excesso de mamografia. Tenho 100% de certeza que o seu nódulo benigno é deficiência de iodo”, disse ele com base apenas na informação citada pela seguidora.
Em suas redes sociais, Lucas Silva Ferreira Mattos oferecia cursos ‘ensinando’ a combater doenças como hipotireoidismo apenas com dietas e afirma, sem qualquer evidência científica, que os pacientes adoecem porque remédios são feitos com derivados de petróleo.
Ação do governo para evitar desinformação
A ação contra o médico foi movida pela AGU em parceria com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Comunicação da Presidência. O processo faz parte do projeto “Saúde com Ciência”, que combate notícias falsas relacionadas à saúde. A procuradora-geral da União, Clarice Calixto, disse que a decisão é importante para proteger a vida das mulheres. “A informação correta pode fazer a diferença entre a vida e a morte”, afirmou.
Mamografia agora inclui mais mulheres no SUS
Desde setembro, o Ministério da Saúde ampliou o acesso ao exame de mamografia no SUS. Agora, mulheres entre 40 e 49 anos podem fazer o exame mesmo sem sintomas. Essa faixa etária representa 23% dos casos de câncer de mama, e o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura.
A recomendação é que o exame seja solicitado em conjunto com um profissional de saúde, que deve orientar sobre benefícios e riscos.
No SUS, as mamografias em mulheres com menos de 50 anos já representam 30% do total, mais de 1 milhão só em 2024. Para saber mais sobre sintomas, prevenção e tratamento do câncer de mama, o Ministério da Saúde mantém informações atualizadas em seu site oficial.