Megaoperação no Rio: Moraes suspende inquérito contra quem retirou corpos de mata

Investigação policial mirava as pessoas que retiraram mais de 70 corpos do local

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo

O Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu, nesta segunda-feira (10), o inquérito aberto pela 22ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro que investigava moradores por fraude processual após a remoção de corpos de uma área de mata no Complexo da Penha, após megaoperação das forças de segurança que resultou em dezenas de mortes.

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De acordo com reportagem publicada pela CNN Brasil, a investigação policial mirava as pessoas que retiraram mais de 70 corpos do local. O governo do Rio de Janeiro alegava que a remoção de roupas e acessórios dos corpos visava descaracterizá-los como traficantes em combate, configurando a suposta fraude.

No entanto, a conduta dos próprios policiais também foi questionada, por não terem preservado a cena do crime, o que poderia configurar a mesma fraude processual, em desrespeito às diretrizes estabelecidas pelo STF na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635.

Moraes, que atua como relator da ADPF das Favelas, determinou a suspensão imediata do inquérito contra os moradores. Além disso, o ministro deu um prazo de 48 horas para que o delegado titular da 22ª DP preste esclarecimentos sobre a abertura da investigação.

A decisão de Moraes ocorre em um contexto de alta tensão e cobranças de entidades de direitos humanos e partidos políticos sobre a letalidade da operação policial, considerada a mais violenta da história do estado.

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