A Polícia Federal realizou, nesta sexta-feira (5), a Operação Alpha para desmontar um esquema que levava pessoas de forma ilegal para os Estados Unidos. A PF estima que pelo menos 220 brasileiros tenham sido enviados para o país mediante pagamento.
A Justiça Federal em Governador Valadares, Região do Rio Doce, autorizou um mandado de prisão, cinco mandados de busca e apreensão e o bloqueio de até R$ 23,7 milhões em bens dos investigados. As ações ocorreram em endereços ligados ao grupo em Itanhomi, Governador Valadares e São Paulo.
Leia também:
EUA suspendem solicitações de imigrantes de 19 países; veja quais são PF mira esquema de tráfico de migrantes para os EUA que movimentou R$ 8 milhões em MG
A investigação começou após uma denúncia feita à PF em Valadares. O denunciante afirmou que um morador de Itanhomi coordenava o envio clandestino de pessoas para os EUA por rotas na América Central e pela fronteira do México.
Segundo o relato, além de comandar o esquema, o suspeito ameaçava familiares das vítimas no Brasil quando o pagamento atrasava.
A PF identificou vários registros de ocorrência relatando essas ameaças. As apurações mostraram ainda que o suspeito movimentava o dinheiro recebido dos migrantes por meio da conta bancária da ex-companheira. A mulher, que hoje vive nos EUA, disse temer pela própria segurança e pela família no Brasil, por causa das intimidações.
A polícia descobriu que o esquema tinha uma rede organizada. Nos EUA, pessoas ligadas ao grupo recebiam os migrantes, faziam cobranças e repassavam parte do dinheiro a coiotes responsáveis pela travessia na fronteira. Outros integrantes cuidavam da compra de passagens aéreas, mesmo sabendo que as viagens eram clandestinas.
Os investigados podem responder por promoção de migração ilegal, ameaça e outros crimes que forem identificados ao longo da investigação.