Falso major do Exército preso em BH já havia sido detido por se passar por médico

Suspeito de 24 anos usou farda no casamento, exibiu documentos falsos e aplicou golpe de mais de R$ 50 mil ao inventar que foi aprovado pela Interpol

Itens apreendidos pela polícia

O falso major do Exército, de 24 anos, preso no bairro Nova Suíça, na Região Oeste de Belo Horizonte, já havia sido detido anteriormente por se passar por médico há três anos.

De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O.) registrado nessa quarta-feira (19), o jovem usou farda no próprio casamento, apresentou uma certidão falsa e causou prejuízo superior a R$ 50 mil ao afirmar que havia sido aprovado na Interpol, a polícia internacional, e que precisava de ajuda para pagar cursos obrigatórios.

A vítima, de 26 anos e ex-namorada do suspeito, contou à Itatiaia que o conheceu há cerca de dez meses pelo Tinder e só depois descobriu que toda a história contada por ele era falsa — inclusive o próprio casamento.

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O advogado Marcelo Colen, que representa a família, descreveu a conduta do suspeito como uma “mentira sistemática” e confirmou que ele já havia sido preso como falso médico.

Em junho de 2022, conforme mostrou reportagem, um jovem de 20 anos foi preso em Varginha suspeito de se passar por profissional de saúde. Na época, a diretoria de um plano de saúde acionou a polícia após desconfiar do comportamento do suposto profissional, que havia trabalhado no local por dois meses.

Com ele, os militares encontraram duas carteiras de identidade com o mesmo nome, mas CPFs diferentes, além de uma carteirinha de estudante, uma carteira de professor de uma instituição federal e um bloco de receitas médicas da prefeitura de Monsenhor Paulo, cidade vizinha.

Dizia ser engenheiro e militar

Segundo relato da atual vítima, desde o início o suspeito se apresentava como engenheiro da empresa Exxon e dizia ter formação em engenharia física pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), no Rio de Janeiro. Depois, afirmou ser segundo-tenente e, em seguida, capitão do Exército, além de alegar ter conseguido vaga em um órgão chamado “Desg”.

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A farsa atingiu outro patamar quando ele disse ter sido aprovado na Interpol “Ele disse que tinha passado na Interpol e precisava fazer cursos. Esses cursos foram pagos pela minha família. Fizemos até festa de despedida porque, segundo ele, íamos morar fora com meus gatos”, relatou a vítima. Conforme o B.O., o prejuízo causado pelo suspeito ultrapassa R$ 51 mil.

A vítima também relatou ter sofrido violência psicológica durante o relacionamento. “Isso vinha muito do medo que ele tinha de eu terminar. Sempre que eu questionava alguma coisa, ele dizia que ia atentar contra a própria vida ou simplesmente levantava e ia embora”, afirmou.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda um posicionamento.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.

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