Um jovem de 24 anos foi preso na noite dessa quarta-feira (19) em um apartamento no bairro Nova Suíça, na Região Oeste de Belo Horizonte, suspeito de se passar por major do Exército para enganar a namorada, de 26 anos, e a família dela.
Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O.), ele chegou a se casar usando farda de major e apresentou até uma certidão de união falsa. O jovem também é acusado de aplicar golpes que somam mais de R$ 50 mil, dizendo que havia sido aprovado para trabalhar na Interpol e precisava de dinheiro para um curso obrigatório.
A prisão aconteceu por volta das 22h30, após uma denúncia informar que o homem estaria no corredor do prédio, portando uma arma e ameaçando a companheira enquanto gritava que era major do Exército.
Ao chegarem ao endereço, policiais questionaram o ocorrido, e o jovem negou ser oficial do Exército, afirmando ter apenas realizado o alistamento obrigatório.
Contudo, a versão foi imediatamente contestada pelo pai da vítima, de 64 anos, que estava no local. Ele relatou que o genro afirmava à família inteira ser major e que teria sido recentemente promovido ao posto.
Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O.), o homem chegou a enviar aos familiares um documento falso do Diário Oficial da União simulando a promoção e um currículo com supostas passagens por diferentes unidades militares. Ele também alegava ter trabalhado no Centro de Inteligência do Exército. Para manter a farsa, chegou a afirmar que havia perdido o posto militar porque a família teria divulgado informações sigilosas.
Golpe financeiro de mais de R$ 51 mil
Ainda de acordo com a família, ele dizia ter sido aprovado para trabalhar na Interpol e que precisava de recursos para realizar um curso obrigatório, o que fez com que parentes da vítima realizassem diversos depósitos que somaram R$ 51.852,97.
Violência psicológica
A mulher foi registrada como vítima de estelionato e informou à Polícia Militar (PM) que enfrentava episódios de violência psicológica durante o relacionamento.
Durante a ação, a PM apreendeu diversos objetos que reforçam a suspeita de usurpação de função pública e falsificação: um simulacro de arma de fogo; um distintivo de agente federal de Inteligência; uma carteira do Exército Brasileiro; fardas do Exército, incluindo boina verde-oliva com florão e calça verde-oliva; documento falso do Diário Oficial da União; certidão de casamento falsa, entre outros itens.
Ele teria entregue documentos falsos à família da namorada para conseguir morar no apartamento com ela.
O suspeito recebeu voz de prisão em flagrante por falsificação de documento público, estelionato, usurpação de função pública e uso indevido de uniforme, distintivo ou insígnia militar.
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a Polícia Civil de Minas Gerais e aguarda um retorno.