Advogado diz que falso major do Exército praticou estelionato afetivo por quase um ano em BH

Suspeito usou farda, mostrou certidão falsa e alegou ter sido aprovado na Interpol; prejuízo passa de R$ 50 mil

Suspeito usou farda no casamento, mostrou documentos falsos e afirmava ter sido selecionado pela Interpol

O advogado Marcelo Colen, que representa a família vítima do falso major do Exército preso no bairro Nova Suíça, na Região Oeste de Belo Horizonte, nessa quarta-feira (19), descreve a conduta do suspeito como uma “mentira sistemática” e afirma que o caso envolve uma série de crimes praticados de forma contínua ao longo de quase um ano.

Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O.), o homem usou farda no casamento, apresentou uma certidão falsa e causou prejuízo superior a R$ 50 mil ao afirmar que havia sido aprovado na Interpol, polícia internacional. A vítima, de 26 anos, contou à Itatiaia que conheceu o suspeito há 10 meses pelo Tinder e só depois descobriu que toda a história que ele contava era falsa.

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Segundo Colen, o principal crime em apuração é o estelionato, especialmente na modalidade estelionato afetivo, em que o golpista utiliza uma relação emocional para obter vantagem financeira. “É quando a pessoa se vale do vínculo afetivo para conseguir a vantagem econômica”, explicou.

Além da fraude emocional, o suspeito também deve ser investigado por fabricar e usar documentos falsos, utilizar indevidamente insígnias das Forças Armadas, usurpar função pública e se passar por policial e por major do Exército.

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“São várias condutas criminosas e uma família inteira enganada ao longo de quase um ano, com dano psicológico e um crime relacionado a infligir sofrimento mental deliberado por meio de atos de manipulação. Além disso, houve um prejuízo financeiro significativo. Para uma família de classe média, arcar com algo assim é lamentável. Esperamos que as autoridades tratem o caso com a seriedade que ele exige.”

Registro de falso médico

Colen alerta que o caso pode não ser isolado. Ele afirma que o mesmo homem já respondeu a um registro policial em Varginha, no Sul de Minas, por ter se passado por médico durante dois meses. “É uma situação de mentira sistemática”, disse.

Até a publicação da matéria, o caso está em situação em flagrante, mas o advogado teme que o suspeito seja liberado. “É triste constatar, mas existe essa grande possibilidade”, afirmou.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda um posicionamento. O espaço está aberto caso o suspeito queira se manifestar.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.

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