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Ciclone que causou tornado no Paraná pode chegar a Minas? Meteorologista explica

Meteorologista explica por que o fenômeno não pode causar tornados no estado, mas mantém o tempo instável

Ciclone que causou tornado no Paraná pode chegar a Minas? Meteorologista explica

O tornado que devastou cidades no Paraná e deixou ao menos seis mortos não deve atingir Minas Gerais. A informação é da meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Anete Fernandes, que explicou à Itatiaia que o fenômeno está ligado a um ciclone extratropical formado entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mas que não tem atuação direta no estado mineiro.

“A chance de o ciclone atuar diretamente em Minas é zero, porque estamos longe da costa. O que sentimos aqui é a frente fria associada a ele”, afirmou a especialista. Segundo Anete, o sistema se formou mais ao norte e com maior rapidez do que o previsto, o que fez com que os efeitos fossem sentidos em regiões diferentes das esperadas inicialmente.

“Os modelos de previsão mostraram o fenômeno, mas tudo aconteceu mais ao norte. A atenção que estava voltada para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina precisou ser direcionada, repentinamente, ao Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro”, explicou.

A meteorologista destacou que o ciclone extratropical é uma área de baixa pressão atmosférica intensa, que provoca chuvas volumosas e ventos fortes, especialmente no litoral. Apesar da força, o fenômeno não tem a mesma natureza de furacões ou tufões, que ocorrem em regiões tropicais.

“É um sistema de baixa pressão, parecido, mas com trajetória sobre o oceano Atlântico. Ele causa ventos e chuva, principalmente no litoral”, detalhou.

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Em Minas Gerais, os efeitos do ciclone se manifestaram por meio da frente fria associada ao sistema, responsável pelas chuvas registradas desde a madrugada deste sábado (8) em Belo Horizonte e em diversas cidades do estado.

Ainda conforme o Inmet, o sistema avança rapidamente e deve manter o tempo instável nas próximas horas, com pancadas de chuva e rajadas de vento moderadas, mas sem riscos de fenômenos severos como o registrado no Paraná. A recomendação é que os mineiros acompanhem as atualizações da previsão do tempo e evitem áreas de risco durante períodos de chuva intensa.

Destruição no Paraná

O tornado que devastou cidades do Paraná e deixou seis mortos teve ventos de até 250 km/h, segundo o governador Ratinho Junior (PSD). Em entrevista coletiva neste sábado (8), o governador informou que uma força-tarefa foi montada para atender às vítimas e avaliar os estragos provocados pelo fenômeno que atingiu o estado na noite de sexta-feira (7).

De acordo com Ratinho Junior, o Hospital de Laranjeiras do Sul recebeu mais de 200 feridos nas primeiras horas após o tornado. Ambulâncias e viaturas do Samu foram enviadas de Cascavel, Guarapuava, Curitiba, Londrina e Maringá para auxiliar no socorro e transporte das vítimas.

O governador destacou que o fenômeno foi um dos mais fortes já registrados no Paraná. Além de Rio Bonito do Iguaçu, os municípios de Candói e Entre Rios (distrito de Guarapuava) também registraram grande destruição. Em Londrina, segundo ele, houve chuvas fortes, mas sem vítimas.

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Ratinho Junior disse ainda que o governo enviou equipamentos e combustível para ajudar as prefeituras locais nos trabalhos de limpeza e recuperação das áreas atingidas.

“Agora é o momento de solidariedade e reconstrução. Vamos dar todo o amparo necessário às famílias atingidas”, afirmou o governador.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.