A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul apontou as
O caso aconteceu na noite da última terça-feira (23), na região rural de Aquidauana (MS), no Pantanal sul-mato-grossense. Veja o que se sabe do caso até agora.
O que as investigações apontam sobre as causas?
Conforme relato preliminar apresentado no Painel Sipaer, plataforma desenvolvida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira, que reúne dados sobre acidentes aéreos no Brasil, o avião com as vítimas tinha como destino o aeródromo Fazenda Barra Mansa, Aquidauana.
No entanto, durante a aproximação para pouso, “houve a colisão da aeronave com árvores e posteriormente contra o solo”, informou o Cenipa.
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A delegada Ana Cláudia Medina, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, deu uma explicação semelhante.
“O avião bateu na árvore, perdeu sustentação, caiu e incendiou. Todos morreram na hora”, disse. Ela afirma que galhos encontrados na fuselagem da aeronave ajudaram a levantar esta principal hipótese.
Dinâmica do acidente
Conforme os relatos da delegada ao Fantástico, o avião Cessna 175 tentou pousar fora do horário permitido para a pista. As investigações apontam que o piloto tentou, às 18h03, sem visibilidade, fazer a primeira tentativa de pouso. Mas, desalinhado, precisou arremeter. Na segunda tentativa, a aeronave colidiu com uma árvore de cerca de 20 metros a aproximadamente 300 metros da cabeceira. “Já era uma operação irregular, porque só poderia operar até 17h39", disse a delegada
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Quem eram as vítimas?
As quatro vítimas do acidente são: o prestigiado arquiteto e professor chinês Kongjian Yu, mundialmente reconhecido pelos trabalhos e estudos sobre a contenção de enchentes, autor de livros e com projetos assinados em mais de 250 cidades ao redor do mundo; os cineastas premiados Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr; e o piloto do avião - e também proprietário da aeronave - Marcelo Pereira.
Os passageiros estavam reunidos para a gravação do documentário de Kongjian Yu e usaram o avião de Pereira para sobrevoar o Pantanal, um local que o arquiteto chinês tinha o sonho de conhecer.
A aeronave tinha permissão para voar?
A aeronave Cessna prefixo PT-BAN não tinha autorização para operar como táxi aéreo, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
Segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião foi fabricado em 1958 e adquirido em 2015 pelo piloto Marcelo Pereira de Barros, que também morreu no acidente.
A aeronave tinha capacidade para um tripulante e três passageiros, mas estava habilitada apenas para operação diurna. O Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) tinha validade até 9 de dezembro.
Em 2019, a aeronave chegou a ser apreendida por causa do transporte irregular de turistas e ficou sem operar até 2024.
Na época, as autoridades interditaram 46 aeronaves (a maioria da categoria agrícola) e uma oficina clandestina de manutenção de aviões foi fechada. O Cessna foi liberado após cumprir as exigências da Anac.
O que diz a defesa do piloto?
O advogado Djalma Silveira, que defendeu o piloto Marcelo Pereira de Barros no processo judicial que resultou na apreensão da aeronave, disse que ele nunca usou o avião como táxi aéreo.
“Quem conhece o Pantanal sabe a distância e o isolamento das fazendas em épocas de cheia. Os pilotos em geral usam seus aviões para prestar socorro a pessoas ilhadas, vítimas de ataques de animais peçonhentos e outras emergências. Eventualmente os fazendeiros pagam os custos de combustível, mas não é uma situação recorrente”, disse o defensor.
Sobre a apreensão do avião em 2019, Silveira diz que Barros estava abrindo a empresa Aero Safari para voos turísticos e tinha mandado imprimir alguns cartões que foram apreendidos pela polícia. O advogado recorreu à Justiça e conseguiu a liberação do avião em 2022, mas só foi utilizado em 2024 após uma reforma
Com o falecimento de Marcelo, a ação que tramita na Justiça será extinta, disse Djalma Silveira.
Com informações de Estadão Conteúdo