O diretor do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, Manoel Fernandes, informou, nesta segunda-feira (29), em entrevista, que as garrafas apreendidas na ação conjunta com a Polícia Civil (SP) e o Procon (SP) serão encaminhadas ao laboratório da perícia para checagem de indícios de
O diretor afirmou que, embora a Vigilância realize fiscalizações rotineiras, houve intensificação das ações diante dos casos suspeitos. Fernandes ressaltou preocupação com bebidas adquiridas “na rua” e sem nota fiscal, prática que barateia o custo, mas aumenta o risco porque torna impossível garantir origem e composição do produto.
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A Vigilância vai instaurar processo administrativo sanitário contra os estabelecimentos envolvidos e orienta comerciantes e consumidores a exigir procedência: comprar apenas produtos com rótulo, lacre e nota fiscal.
Fernandes ainda lembrou que, além de sanções como advertência, multa e interdição, se a perícia apontar relação entre a bebida e um óbito, pode haver investigação criminal.
Com informações de Myhood
Metanol
Mas afinal, o que é o metanol? Segundo informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, é um “composto orgânico da família dos álcoois, sendo líquido à temperatura ambiente”.
O metanol é inflamável e incolor e tem grande potencial de intoxicação. Quando consumido, mesmo em doses pequenas, pode levar à morte. O envenenamento pela ingestão do composto é causado pela interação das enzimas hepáticas e o metanol, que formam o formaldeído e o ácido fórmico.
Para que serve?
O metanol tem diversas aplicações legítimas na indústria. Ele é usado na fabricação de formaldeído (o famoso formol), ácido acético, tintas, solventes e plásticos, e está presente em produtos como anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta.
Também já foi utilizado como combustível em carros de corrida e pequenos motores, mas em condições seguras e controladas.
No Brasil, uma das principais funções do metanol é servir de matéria-prima para a produção de biodiesel, em um processo químico chamado de transesterificação. Fora disso, ele não deve ser comercializado diretamente para consumo humano ou adicionado em grande escala a combustíveis comuns.
Riscos à saúde
A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol pode causar náusea, tontura, cegueira e até a morte. Pequenas quantidades já são suficientes para provocar intoxicação grave.
O produto também é inflamável, podendo gerar incêndios e explosões em caso de manuseio inadequado. A presença de metanol em excesso na gasolina ou no etanol adulterado multiplica os perigos: além de enganar o consumidor, pode levar a falhas mecânicas graves e colocar motoristas e passageiros em risco de acidentes.