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Pai de Juliana Marins, que morreu na Indonésia, faz desabafo sobre transporte do corpo da filha

O laudo, divulgado na sexta-feira (27), apontou que Juliana morreu devido a um traumatismo causado por impacto forte

Juliana Marins (centro) caiu durante uma trilha na Indonésia

O pai de Juliana Marins, 26, que morreu após cair no Monte Rinjani, na Indonésia, usou as redes sociais na quinta-feira (26) para dizer que não sabe se vai conseguir voltar ao Brasil com o corpo da filha. Ele informou que seguiria para Bali para acompanhar a autópsia e obter o atestado de óbito.

“Ainda estou aqui em Lombok e depois vou para Bali acompanhar a necropsia da Ju e conseguir o atestado de óbito para que a gente possa voltar com ela para o Brasil. Não sei se conseguimos voltar com ela ou se o corpo ainda vai demorar um pouco. Bateu muita saudade ontem. Chorei muito.” O município de Niterói, no Rio de Janeiro, onde ela nasceu, arcará com os custos do translado.

O laudo, divulgado na sexta-feira (27), apontou que Juliana morreu devido a um traumatismo causado por impacto forte, que provocou lesões internas graves e hemorragia.

O exame diz ainda que Juliana sofreu escoriações por todo o corpo devido à queda, especialmente nas costas e nos membros superiores e inferiores, e os ferimentos mais graves teriam sido no peito. Além disso, a brasileira também sofreu ferimentos na cabeça.

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O médico legista Ida Bagus Alit disse ainda que a hora estimada da morte de Juliana foi em torno de 20 minutos após o ferimento e reforçou que durante o exame, não havia sinais de que a vítima tivesse morrido por hipotermia.

Entenda a cronologia do caso:

Sexta-feira, 20 de junho (horário de Brasília)

Juliana estava no segundo dia de trilha, com cinco pessoas e um guia, no ponto mais alto do Monte Rinjani, que tem mais de 3 mil metros de altura. Era sábado (horário local) no horário local e a jovem caiu cerca de 300 m abaixo da trilha. A jovem foi reconhecida pela irmã por meio de imagens de drones de turistas que a localizaram. Ela estava com uma calça jeans, camiseta, luvas e tênis, porém não tinha um casaco e seus óculos (ela tem cinco graus de miopia).

Desde que soube do acidente, a família da jovem criou uma conta nas redes sociais onde fazia um apelo para que ela fosse encontrada. Um grupo de turistas encontrou os parentes dela nas redes sociais e começou a informá-los do que acontecia pelo WhatsApp.

Sábado, 21 de junho (horário de Brasília)

Socorristas chegaram ao local onde Juliana caiu por volta das 4h30 da manhã (14h30 do horário local). Eles tentaram oferecer água e comida, mas sem sucesso, e o resgate precisou ser pausado devido ao mau tempo e às condições ruins do terreno.

Domingo, 22 de junho (horário de Brasília)

Autoridades como a embaixada brasileira na Indonésia foram acionadas e o Governo Federal também monitorava o caso. As equipes chegaram a começar as buscas pela brasileira, mas logo pararam devido às condições climáticas do local. Havia muita neblina, o que impossibilitava o resgate.

Segunda-feira, 23 de junho (horário de Brasília)

O resgate foi retomado na segunda, com auxílio de drones térmicos. Segundo informações da organização do parque, ela foi vista por drones, a 500 m de profundidade, aparentemente sem sinais de movimento.

Mais tarde, as buscas foram retomadas e a equipe desceu 400 m, mas estavam a cerca de 650 m de distância da jovem. “Ela estava bem mais longe do que estimaram”, escreveu a família. Helicópteros estavam sobreaviso, mas não foram utilizados devido ao mau tempo.

Terça-feira, 24 de junho (horário de Brasília)

As buscas por Juliana foram retomadas, com a participação de alpinistas e uma equipe de quase cinquenta pessoas. A escuridão dificultou o acesso à jovem e foi preciso ser montado um acampamento, segundo a administração do parque. O local também foi fechado para evitar curiosos e focar totalmente no resgate de Juliana.

Por volta das 11h, a família fez um comunicado nas redes sociais informando a morte de Juliana. Socorristas chegaram ao local onde ela estava e a encontraram morta. O Itamaraty lamentou a morte da jovem. “O governo brasileiro transmite suas condolências aos familiares e amigos da turista brasileira pela imensa perda nesse trágico acidente”, publicou.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.