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Justiça condena PM que executou jovem negro pelas costas em SP; saiba a pena

Vinicius de Lima Britto foi condenado pela execução de Gabriel Renan da Silva Soares, em novembro de 2024

Novas imagens mostram que policial executou jovem negro pelas costas em SP | CNN Brasil

A Justiça de São Paulo condenou o policial militar Vinicius de Lima Britto a dois anos e um mês no regime semiaberto, pela execução de Gabriel Renan da Silva Soares, em novembro de 2024, em São Paulo. A vítima, assassinada pelas costas, levou 11 tiros ao furtar itens de limpeza em um mercado.

A decisão foi tomada após a votação do júri popular, que aconteceu nesta quinta-feira (9). O PM foi condenado a homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Britto também foi sentenciado a perder o cargo público que ocupa.

“Diante do pedido do Ministério Público fixo a indenização, conforme o artigo 387, inciso IV, do Código Processo Penal no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais)”, afirma a juíza Viviane de Carvalho Singulane, responsável pelo caso.

A vítima, Gabriel Renan da Silva Soares, é sobrinho do rapper Eduardo Taddeo, que fez parte do grupo ‘Facção Central’. A Justiça revogou o pedido de prisão preventiva.

Na época, a versão inicial apresentada pelo PM era de que o jovem teria feito menção de estar armado, o que, na versão dele, justificaria os disparos. Um atendente do mercado corroborou essa narrativa, alegando que Gabriel teria dito: “Não mexe comigo, que estou armado, não quero nada do que é seu”.

Novas imagens, porém, mostram que o jovem, que tinha acabado de furtar itens de limpeza, escorregou quando tentou sair correndo do mercado e que em nenhum momento fez menção de estar armado. Nas imagens, também é possível concluir que não houve diálogo e que o policial acertou a vítima pelas costas.

“A defesa entende que a decisão dos jurados foi correta porque o réu não teve o dolo de matar agindo com imprudência”, diz Mauro Ribas, o advogado do policial.

Reprovação de teste psicológico

Vinicius de Lima Britto foi reprovado em um exame psicológico ao tentar ingressar na Polícia Militar pela primeira vez. A avaliação, realizada durante um concurso público para soldado de 2ª classe, em 2021, apontou problemas de sociabilidade e descontrole emocional.

O policial conseguiu entrar na corporação no mesmo ano, após ser aprovado em um segundo concurso. Especialistas responsáveis pela reprovação apontaram dificuldade de sociabilidade e instabilidade em relações interpessoais.

“Tais características contraindicam o candidato para o cargo, pois poderão comprometer sua capacidade de perceber e reagir adequadamente às demandas da função”, afirma um trecho do laudo.

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Yuri Cavalieri é jornalista e pós-graduando em política e relações internacionais. Tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. É correspondente da Itatiaia em São Paulo. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, na capital paulista, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.